O Telegram, que se apresenta como um serviço de mensagens seguro, similar ao WhatsApp, informou que atingiu uma marca histórica: já foi baixado por um bilhão de usuários de smartphones Android.
Vivaldo José Breternitz (*)
O WhatsApp já havia atingido esse número de usuários em 2016, mas o Telegram o fez em um tempo relativamente mais curto; apenas entre 4 e 5 de outubro, ou seja, durante o mais recente apagão que atingiu os servidores do Facebook e seus serviços WhatsApp e Instagram, a plataforma fundada pelos irmãos Nikolai e Pavel Durov recebeu cerca de 70 milhões de novos usuários, considerando aqueles que utilizam iPhones.
Segundo a empresa, naquele período seu aplicativo funcionou de maneira perfeita para a maioria usuários, embora alguns possam ter experimentado velocidades um pouco menores do que a normal, pelo fato de milhões de novos assinantes estarem baixando e passando a utilizar o Telegram ao mesmo tempo. Não é possível saber quantas pessoas continuaram a utilizar o aplicativo após os problemas do Facebook terem sido superados, mas de qualquer forma, chegar a um bilhão de assinantes é uma marca importante.
Nas últimas semanas o Telegram enfrentou críticas por ter atendido a pedido do governo russo no sentido de tirar do ar material publicado por apoiadores de Alexei Anatolievitch Navalny, um ativista ferrenho adversário do governo de Vladimir Putin.
Também na Itália o Telegram tomou decisões similares, removendo o grupo ‘Basta Dittatura’ (Chega de Ditadura), formado por contrários à vacinação contra a COVID e ao uso de passaportes vacinais para acesso a locais como escolas, empresas e restaurantes. Também foram removidos grupos que pretendiam vender passaportes vacinais falsos e que contavam com milhares de seguidores.
De qualquer forma esses serviços precisam manter vigilância constante no sentido de que não sejam usados para fins escusos, como divulgação de notícias falsas, discursos de ódio e outros. Também sempre estarão sujeitos a pressões de governos no sentido de criarem dificuldades a opositores e a fornecerem informações acerca dos mesmos.
Para os usuários, deve ficar a certeza de que apesar de se proclamarem seguros, nenhum desses serviços realmente o é.
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.