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Tecnologia 03 a 05/09/2016

em Tecnologia
sexta-feira, 02 de setembro de 2016
IOThome temporario

Bem-vindo à rede social da sua casa

Em uma casa conectada, sofás e aspiradores de pó irão conversar entre si. Parece futurismo?

IOThome temporario

Marcelo Abreu (*)

Estima-se que dentro de poucos anos a casa de uma família terá mais de 100 dispositivos conectados e conversando entre si. Se o seu aspirador de pó estiver batendo no pé do sofá, por exemplo, pode ser que o sofá te envie uma mensagem dizendo que você precisa colocá-lo um pouco mais para trás para evitar isso. Ou se a lâmpada da sala notar que o tipo de piso não favorece a iluminação, poderia te sugerir trocá-lo por outro que trouxesse mais claridade para a casa.

Esses dispositivos – ou “coisas” – não só terão a capacidade de te enviar avisos, como também serão inteligentes a ponto de conhecer o comportamento dos moradores da casa melhor do que eles próprios, graças a tecnologias como machine learning e redes neurais.

Sabendo que você é uma pessoa muito ocupada (ou talvez muito distraída) e costuma pagar contas com atraso, a sua casa poderia, por exemplo, fazer o pagamento de um prestador de serviços por você. A própria casa poderia checar se a tarefa foi executada corretamente e enviar o pagamento diretamente para a conta do prestador.

No Brasil, pode ser que a conexão entre as “coisas” demore um pouco mais a acontecer, assim como tem ocorrido com os wearables, em parte devido à crise econômica, mas também por outros fatores. Falta ainda fazer as pessoas enxergarem as “coisas” e os wearables como parte de sua vida cotidiana, ao invés de itens supérfluos.

Uma pulseira inteligente, por exemplo, não é só um acessório para enfeitar o pulso, agrega outras funcionalidades que podem fazer dela um utilitário. Algumas dessas funções são muito importantes como, por exemplo, guardar um histórico de saúde do dono do dispositivo. Essa pulseira pode se integrar às “coisas” da casa do seu usuário de forma a monitorar a saúde e o bem-estar dele e, ainda, comunicar parentes e amigos caso alguma atividade incomum, que indique deterioração do seu estado de saúde, seja detectada. Outra tendência tecnológica é fazer com que ela seja usada como carteira, identidade ou crachá, e dessa forma, tornar-se um meio seguro e rápido para identificação ou pagamentos móveis.

É claro que ao falar sobre uma rede social das coisas, o investimento em tecnologia está implícito. Não existe uma maneira de trabalhar com Internet of Things (IoT) sem considerar a segurança como uma parte essencial disso. A inovação traz novos resultados, faz com que a empresa aumente lucros e otimize recursos. Por outro lado, é preciso se programar para evitar atualizações urgentes de segurança, principalmente contra invasões de hackers que comprometam a segurança de seus dados e dos clientes. De um modo direto: a inovação te traz dinheiro, a segurança tira.

Se o surgimento de uma rede social das coisas está mais perto do que imaginamos – no Venturus, por exemplo, já temos um projeto para mostrar, na prática, como funcionaria uma Casa do Futuro – a preocupação com a segurança deve estar imbuída em todas as fases do projeto. Fechamos as portas e janelas da casa ao irmos dormir, usamos cadeados e grades para nos proteger de ladrões e invasores. A segurança dos equipamentos conectados da casa deverá ser pensada pelas empresas com um nível semelhante de cuidado. Extrapolando os limites da casa, a rede social das coisas também chegará a outros ambientes, como as fábricas por exemplo. Conceitos inovadores como a Industrial Internet of Things (IIoT) já começam a pautar o planejamento de investimentos de empresas altamente tecnológicas, mais isso já é assunto para outro artigo.

(*) É diretor de novos negócios do Venturus.

 
O foco do meu estudo analítico: lições sobre economia compartilhada

economia-compartilhada temporario

Muito se fala sobre economia compartilhada e temos muitos motivos para isso. As sete principais empresas, baseadas nesta estrutura, capitalizaram em 2015 cerca de US$114 bilhões. Segundo análise de Jeremiah Owyang e Philippe Cases, isso representa 83% do valor total somado por todas as empresas com lucro de mais de um bilhão de dólares.
Esse novo modelo econômico impulsiona uma transformação nos negócios e na própria tecnologia da informação. A inovação nos modelos de negócios e no uso da tecnologia como feito pelo Uber, Airbnb, Coursera, WeWork e etc. está no núcleo da economia compartilhada.
Ao transformar o comportamento dos consumidores e suas expectativas sobre produtos e serviços, as empresas estão passando por um momento de mudanças urgentes e precisam se adaptar a este mundo porque começam a ser ameaçadas por um universo de novos concorrentes.
No centro desse rompimento está um volume grande de dados não estruturados que os modelos de vanguarda da economia compartilhada estão criando. Todas as categorias: P2P, B2B, B2C, C2C estão gerando dados que, quando capturados, armazenados e analisados terão valores de negócios tanto indicativos quanto preditivos e que podem atuar como um orientador de crescimento.
Atualmente, poucas companhias estão equipadas para lidar com quantidades diárias e massivas de dados não estruturados. E essa informação é o sangue que corre nas veias das empresas deste modelo de negócios. Em um mercado em que uma empresa pode falir tão rápido quanto pode ser aberta, percepções aplicáveis podem fazer toda a diferença entre nadar ou se afogar.
Então, que lições as organizações tradicionais podem extrair desse fenômeno? Primeiro vamos contextualizar algumas coisas. A economia compartilhada só se tornou possível devido ao advento da nuvem. Companhias como o Uber e o Airbnb, que estão presentes no mundo todo, precisariam de uma grande infraestrutura de TI para garantir uma experiência interessante para seus clientes.
Desta forma, graças à nuvem, capacidades técnicas e infraestruturas que antes eram inalcançáveis agora podem ser utilizadas por essas companhias, bem como as startups que buscam modelos disruptivos sem precisar investir muito para alcançar estes resultados. Em outras palavras, outras companhias menores podem usar a tecnologia como ponto principal para alcançar seus objetivos sem precisarem comprar toda a estrutura.
Escrever e programar aplicativos de uso nativo na nuvem é uma coisa bem diferente da programação “tradicional”, pois requer uma forma diferente de arquitetura baseada em microsserviços que desagregam componentes, ao contrário da grande arquitetura monolítica usada pela programação tradicional.
Além disso, esses aplicativos são criados usando itens de open source como o Hadoop, MongoDB e o PostgreSQL. Tudo isso requer uma nova abordagem em como lidar com a tecnologia, como serão os datacenters, a coleta e análise dos dados.
Por todas essas razões, entrar na onda da nuvem nativa tende a ser uma mudança muito mais difícil para empresas maduras do que para empresas que já nasceram nela. As equipes de TI de corporações tradicionais devem lidar com infraestruturas que são complexas de se manter e cultivar e com a complexidade de seus dados isolados.
Por exemplo, podemos avaliar como as empresas tradicionais responderam recentemente ao Uber. Muitas delas dispõem de aplicativos para receber seus clientes com uma experiência melhor do que faziam antes do atendimento excelente do Uber ganhar popularidade. Entretanto, criar um aplicativo móvel não é suficiente – muitos desses aplicativos são executados sobre a infraestrutura herdada.
Na arquitetura tradicional, os custos para capturar e analisar os dados de seus clientes são altos e frequentes, quando comparados aos aplicativos nativos para a nuvem.
É fundamental que as empresas tradicionais percebam que tentar copiar a economia compartilhada não é uma tarefa simples e, sim, uma atividade que requer transformação em todas as áreas de negócio. A estrutura de TI das empresas não é exceção à regra.
A economia compartilhada é atualmente dominada por poucas companhias, mas isso não ficará assim por muito tempo. Quanto mais companhias perceberem as vantagens dos novos modelos de negócio, mais empresas nesses mesmos moldes devem surgir.

(Fonte: Marcio Sanchiro é Gerente Sênior Especialista em cloud, storage e applications para o Brasil e SOLA (South of Latin America) na EMC)

Como fazer um plano de negócios prático?

Diego Carmona (*)

Existe um longo caminho entre uma ideia e um negócio. E nesse caminho, é fundamental prever obstáculos, definir paradas e listar tudo o que é necessário para que a caminhada alcance o destino pretendido

No mundo do empreendedorismo, a ferramenta que utilizamos para definir o caminho que será trilhado é chamada de plano de negócios.
O plano de negócios é um documento que funciona como guia estratégico para o gerenciamento do seu empreendimento. É uma forma de estruturar todos os pontos importantes do seu negócio de forma integrada, verificando novas possibilidades, potencializando oportunidades e prevendo problemas, para que estes possam ser gerenciados e resolvidos.
O plano de negócios é uma ferramenta importante, independentemente do tamanho da empresa, pois sua função é reunir todas as questões relevantes para atingir o objetivo e apresentar a forma como essas questões serão gerenciadas.

O Plano de Negócios é um documento prático
Chamar o plano de negócios de “documento” pode soar um pouco burocrático e complexo, mas não é bem por aí. O ideal é que o plano seja objetivo e focado, escrito de forma clara e que possa ser facilmente apresentando para todos os envolvidos com o sucesso da empresa.
Uma excelente ferramenta para te ajudar a pensar no plano de negócios da sua empresa é o Canvas de Modelo de Negócios, apresentado pela primeira vez por Alexander Osterwalder no livro Business Model Generation, publicado em 2011. Trata-se de um quadro dividido em nove campos, em que cada um desses campos apresentam fatores que precisam ser estruturados para que o negócio funcione.
A ideia do Canvas é apresentar, resumidamente, a estratégia de cada um dos fatores em um só quadro, formando uma visão geral do modelo de negócios. A principal função do canvas é justamente essa visualização integrada dos fatores e estratégias. O que muitas pessoas se esquecem é que, para preencher o Canvas, é preciso ter um conhecimento mínimo sobre os detalhes do seu negócio.
Portanto, antes comprar uma caixa enorme de blocos adesivos coloridos e sair colando no Canvas, é importante coletar informações sobre cada um dos fatores.
Dicas para elaborar o seu Plano de Negócios
Tenha em mente que a praticidade do seu plano de negócios está diretamente ligada à forma como esse documento te auxilia a verificar oportunidades e problemas em seu negócio, para que seja possível tomar atitudes coerentes em relação ao objetivo que você pretende atingir.
Para isso, confira essas cinco dicas valiosas que vão te ajudar a formular seu plano de negócios e alcançar seu sucesso.

1. Mantenha o foco no consumidor
Uma grande questão que precisa ser respondida o quanto antes sobre o seu negócio é: existem pessoas interessadas no seu produto? E, mais do que isso: elas estão dispostas a pagar quanto para adquiri-lo?
Eric Ries, autor do livro “A Startup Enxuta”, comenta que existe atualmente um grande número de empresas que possuem produtos de qualidade técnica excelente, mas que não apresentam soluções para problemas reais das pessoas. Portanto, para garantir o sucesso da sua ideia, procure apresentar e testar o seu produto junto ao seu potencial consumidor o quanto antes.
Assim, no momento de construir seu plano de negócios, você terá em mãos informações relevantes sobre os comportamentos do seu cliente em relação ao seu produto, e poderá criar soluções cada vez melhores.

2. Conheça o mercado
Outro detalhe importante sobre a construção do plano de negócios é o conhecimento sobre o mercado em que você pretende atuar. Colete o máximo de informações possíveis — liste todos os seus potenciais concorrentes, verifique como eles se posicionam no mercado, conheça as forças e fraquezas de cada um — para que você possa apresentar um resultado mais eficiente do que os outros.
Caso a sua empresa esteja criando um produto em um novo mercado, é preciso investir na educação do consumidor, apresentando de forma clara quais problemas o seu produto pode resolver. Uma ótima forma de fazer isso é utilizando o marketing de conteúdo. Neste post falamos um pouco sobre como a educação do mercado pode fortalecer seu negócio.

3. Defina a Missão da Empresa
A missão da sua empresa deve ser algo que inspire ações concretas e, ao mesmo tempo, determine onde a empresa pretende chegar. Por isso, ao formular a missão é necessário estabelecer um propósito que reflita os valores que a empresa pretende por em prática.
No momento de estabelecer a missão, pense em algo que possa motivar as pessoas envolvidas no sucesso da empresa a correr atrás do objetivo geral. Mais do que apenas oferecer um determinado produto ou solução, busque sempre demonstrar para o seu cliente que sua empresa trabalha com profissionalismo e conceito.
Isso é o que Steve Jobs, o fundador da Apple, chamava de “criar um grande produto”. Jobs deixou várias lições sobre estratégia que podem ser muito úteis, e muitas delas você pode conhecer neste post.

4. Defina suas metas
Com a missão da empresa definida, fica claro qual é o objetivo que se pretende alcançar. Para alcançá-lo, é preciso que você desmembre o caminho em pequenos passos até os objetivos que deverão ser realizados, um a um. E esses passos são o que chamamos de metas.
Já explicamos como estabelecer metas de forma prática neste post sobre a metodologia S.M.A.R.T., que apresenta cinco passos para estabelecer metas e acompanhar resultados que podem ajudar você a alcançar ser sucesso mais rápido.

5. Mantenha seu plano atualizado
Um detalhe importante, que nem sempre é observado, é que o plano de negócios não é um documento estático, pelo simples fato de depender do mercado, que por si só está sempre em movimento. Para manter o plano sempre atualizado, é preciso definir quais fatores são influenciadores diretos na tomada de decisões sobre o futuro da empresa.
Isso pode incluir a entrada de novos concorrentes, a perda ou aquisição de determinados clientes, ou alterações na legislação vigente. Assim que algum destes fatores se altere, o documento deve ser atualizado.

(*) É especialista em Marketing Digital