De acordo com projeto de lei sancionado pelo presidente Biden em 24 de abril de 2024, a empresa chinesa ByteDance, proprietária do TikTok, deve vender suas operações nos Estados Unidos para uma empresa americana ou o aplicativo será proibido no país. A ByteDance tem nove meses para fechar o negócio, com uma possível extensão de três meses caso negociações para a venda estejam em andamento.
Vivaldo José Breternitz (*)
A empresa já disse que vai recorrer à Justiça; fontes citadas pela Reuters dizem que ela não venderá o aplicativo caso seja derrotada, preferindo deixar de operar nos Estados Unidos.
O motivo para essa decisão é que a venda da plataforma exigiria que os compradores tivessem acesso aos algoritmos que suportam o TikTok e outros negócios da empresa e que como o aplicativo representa apenas uma parte não muito grande das operações da ByteDance, seu fechamento nos Estados Unidos teria um impacto financeiro limitado nos negócios da empresa, que preservaria seus algoritmos.
As fontes também disseram que separar os algoritmos do aplicativo propriamente dito seria complexo, talvez inviável, mas que o ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, está considerando formar um grupo de investidores para comprar o TikTok.
Segundo o governo americano, a razão que está levando o país a exigir a venda do aplicativo é o fato deste pertencer a uma empresa chinesa, que poderia fornecer ao seu governo dados sobre os usuários americanos da plataforma.
Esta parece ser uma justificativa risível – tudo leva a crer que os políticos americanos estão tentando “mostrar serviço” ao se aproximarem as eleições; alinhados a esse interesse, estão os das plataformas americanas, especialmente Facebook e Instagram, que certamente ficariam com uma arte dos usuários do TikTok, caso esse fosse proibido nos Estados Unidos.
Vale lembrar que quando as eleições presidenciais anteriores se aproximavam, o então candidato à reeleição Donald Trump fez movimentos similares aos que agora são feitos pelos seus colegas políticos – na ocasião, a venda ou banimento do TikTok não prosperaram.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].