A Comissão Europeia (CE), que é o braço operacional da União Europeia, está apoiando um projeto que prevê o desenvolvimento de robôs a serem utilizados na desinfecção de ambientes hospitalares, inclusive como forma de combate ao corona vírus.
Vivaldo José Breternitz (*)
Aplicando radiação ultravioleta, esses robôs podem eliminar 99,99% dos patógenos presentes em um quarto de hospital, gastando para isso cerca de 10 minutos e praticamente eliminando os riscos de contaminação a que estão submetidos pacientes, pessoal médico e de limpeza. Enquanto estiverem desinfetando um quarto, os operadores dos robôs permanecerão do lado de fora do mesmo, como forma de reduzir riscos para essas pessoas.
Essas máquinas vêm sendo desenvolvidas pela empresa dinamarquesa Blue Ocean Robotics e já estão sendo testadas em alguns hospitais europeus. Agora, a CE pretende adquirir um lote de 200 robôs, a serem entregues a alguns dos 5 mil hospitais dos países que compõem a União Europeia.
Caso se revelem realmente eficientes, novos lotes devem ser adquiridos e distribuídos levando-se em conta a situação epidemiológica de cada país; estima-se que será necessário um robô para cada 25 leitos.
A eficácia dos raios ultravioleta para esterilização já é conhecida; as dúvidas quanto à eficiência referem-se à capacidade dos robôs adaptarem-se à dinâmica do dia a dia de um hospital, especialmente levando-se em conta a necessidade de retirar o paciente do quarto para o processo de esterilização.
Vale lembrar que a Terra é constantemente bombardeada por radiação ultravioleta proveniente do Sol. A atmosfera retém a maior parte dessa radiação, que mesmo assim é prejudicial aos seres humanos, razão pela qual devemos nos proteger com óculos escuros e protetores solares, especialmente quando na praia ou na montanha. Essas são formas de evitarmos queimaduras e canceres de pele, gerados pela excessiva exposição à radiação.
Como os vírus e bactérias não tem defesa contra os ultravioletas, serão eliminados pela radiação emitida pelos robôs.
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.