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Pesquisa aponta tendências de remuneração no segmento corporativo nacional

em Tecnologia
segunda-feira, 03 de janeiro de 2022

A Pesquisa de Remuneração Total (TRS, na sigla em inglês) da Mercer publicada em 2021 traz indicativos de como será a dinâmica do mercado de trabalho no pós-pandemia, além das tradicionais, confiáveis e – mais do que nunca – relevantes informações de remuneração do mercado. A consultoria analisou 30 mil empresas no mundo inteiro, dentre as quais 759 no Brasil. De acordo com o levantamento, o ano de 2021 apresentou uma leve retomada em aspectos salariais, como incentivos de curto prazo, bônus e remuneração executiva. 
 
O crescimento médio de remuneração entre as empresas foi de 4,5%, sendo que o previsto pelos departamentos de RH era de 4,7%. Por outro lado, a média dos acordos coletivos foi de 5,7%. “No momento de publicação da pesquisa, alguns fatores externos estão causando pressões que o RH não havia planejado este ano. Inflação acentuada e consequentes acordos coletivos elevados, aumento na guerra por talentos e a própria escassez de profissionais em áreas especializadas, como TI, por exemplo, são alguns deles. Para o próximo ano, as incertezas para as empresas são ainda maiores devido às instabilidades do cenário macroeconômico e eleições presidenciais”, afirma Rafael Ricarte, líder de produtos de carreira da Mercer Brasil. 
 
A remuneração de executivos subiu um pouco de patamar, atingindo 84% em relação ao que havia sido estabelecido como target. Por outro lado, os incentivos de curto prazo e os bônus ficaram acima do esperado. Nos demais níveis – gerenciamento, profissionais e técnico – o realizado foi um pouco menor do que o estimado.  
 
Dentre as empresas consultadas, 82% possuem incentivo de curto prazo, que são os bônus variáveis. De longo prazo, 40% possuem plano de incentivos, sendo os principais: 1) ações restritas ao tempo de serviço; 2) ações vinculadas à performance; 3) opções de compra de ações. O potencial de ganho aumentou entre executivos e cargos de gerência.  
 
Quando levado em conta o mix de remuneração, que inclui itens como salário anual, incentivos de curto e longo prazo, bônus e benefícios, os executivos tiveram uma recuperação de 12% na remuneração total comparada ao ano anterior (2020). O nível gerencial cresceu 3%, enquanto profissionais caíram pelo segundo ano consecutivo (-5%). O nível operacional manteve-se praticamente estável, crescendo 2% no último ano. 
 
Apontando para algum otimismo, o estudo mostra que 38% das organizações planejam aumentar o número de funcionários no próximo ano, um sinal de que parte da economia pode se manter minimamente aquecida. Apenas 7% pretendem reduzir o número de funcionários. No geral, o índice de turnover, seja voluntário ou involuntário, se manteve estável de 2020 para 2021, com algumas categorias apresentando ligeira variação para baixo.  
 
A Pesquisa de Remuneração Total tem por objetivo ajudar as empresas a definir a melhor estratégia de remuneração e das políticas de Recursos Humanos em geral e, assim, se adaptar com agilidade e embasamento confiável às novas realidades. Realizada anualmente, abrange indústrias com significativa representatividade global e local, tais quais Manufatura, Bens de Consumo, Alta Tecnologia, Life Sciences, Varejo e Atacado. Este ano, o número de organizações brasileiras participantes foi 5% maior do que no ano anterior, abrangendo mais de 900 mil profissionais de todos os setores econômicos.