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Pandemia pode estar reduzindo definitivamente o uso de combustíveis fósseis

em Tecnologia
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

A relação entre a pandemia de Covid-19 e as mudanças climáticas tem sido objeto de diversos estudos, quase todos apontando para uma redução da emissão de poluentes, principalmente gás carbônico, que está ocorrendo em função da redução da atividade econômica, especialmente no que se refere a fábricas e transportes.

Vivaldo José Breternitz (*)

Agora, o estudo “COVID-19-induced low power demand and market forces starkly reduce CO2  emissions”, publicado em 8 de fevereiro pela revista Nature, sugere que a pandemia pode estar contribuíndo para uma redução definitiva da geração de energia por queima de combustíveis fósseis, petróleo e carvão, principalmente.

O estudo foi conduzido por economistas do Potsdam-Institut für Klimafolgenforschung (Instituto de Potsdam para Pesquisa de Impactos Climáticos), da Alemanha, que investigaram os impactos da pandemia nos sistemas de energia e na demanda por eletricidade. Os resultados mostraram que, com a ajuda de políticas públicas adequadas, as emissões de poluentes podem cair de forma definitiva e mais rapidamente do que se previa.

Em alguns meses de 2020 essa queda foi grande: em locais como Índia, EUA e alguns países da Europa, o consumo chegou a cair cerca de 20% em relação aos mesmos meses de 2019, enquanto as emissões de CO2 diminuíram em até 50%. Ainda de acordo com o estudo, as emissões de gás carbônico provenientes da geração de energia tiveram uma redução de 7% a nível global.

Os pesquisadores acreditam que as emissões não retornarão aos níveis pré-pandêmicos a menos que haja um aumento inesperado na demanda por eletricidade e uma redução, também inesperada, na produção de energia proveniente de outras fontes (hidrelétrica, eólica, solar etc.).  
Os países estão investindo cada vez mais nessas fontes de energia mais limpa, que poderão ser capazes de suprir as necessidades da população no futuro sem que precisemos depender dos combustíveis fósseis.

Sem dúvida, são boas notícias que esperamos se confirmem.

(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.