Ao falarmos em transporte urbano sobre trilhos, quase sempre nos lembramos dos charmosos bondinhos que aparecem em quase todos os filmes ambientados em San Francisco.
Vivaldo José Breternitz (*)
Andrew Hallidie, que residia naquela cidade, em um dia de 1869 viu cavalos que puxavam um carroção escorregaram e caírem em uma rua molhada, calçada com paralelepípedos – chicoteados pelo cocheiro, acabaram morrendo.
Impressionado, Hallidie lembrou-se que seu pai havia patenteado um sistema baseado em cabos de aço, polias, pesos e contrapesos que facilitava a retirada de material cavado nas minas de ouro da Califórnia – vivia-se a Corrida do Ouro naquele estado – o que o levou a pensar se o mesmo sistema poderia ser adaptado para transporte de passageiros em uma cidade assentada sobre colinas, como é San Francisco.
Para tornar real sua ideia, criou uma empresa e construiu a primeira linha de bondinhos naquela cidade, que entrou em operação em agosto de 1873, tornando-se imediatamente um sucesso.
O sistema cresceu tanto, que, em 1906, quando um grande terremoto praticamente destruiu San Francisco, havia quase 90 quilômetros de linhas.
Nos dias atuais os bondes são um símbolo daquela cidade, apesar dos esforços de políticos para substituírem o sistema por ônibus, cujos empresários em troca apoiam aqueles políticos.
Circula pela internet uma foto de San Francisco que mostra ao fundo a ilha de Alcatraz, com seu famoso presídio desativado – talvez fosse uma boa ideia reabri-lo para hospedar políticos com posturas similares aos de San Francisco.
Outra medida interessante envolvendo políticos e transporte público, foi sugerida por internautas chineses, que para evitar desastres como os ocorridos com trens bala naquele país, propuseram que dois políticos obrigatoriamente passem a viajar nas primeiras e últimas poltronas de cada composição…
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.