Nos últimos meses vem se empregando muito a expressão “agentes” no ambiente de inteligência artificial (IA).
Vivaldo José Breternitz (*)
Os agentes são considerados o próximo grande passo no campo da IA, mas ainda não há uma definição exata do que eles são.
De forma simplificada, um agente pode ser descrito como um software alimentado por IA que realiza uma série de tarefas que antes eram feitas por humanos, como atendentes de customer service, profissionais de RH, técnicos de suporte de TI e outros.
No entanto, suas capacidades podem envolver outros tipos de tarefa; por exemplo, a Perplexity lançou recentemente um agente de IA que ajuda as pessoas a fazer compras de fim de ano (há vários desse tipo). O Google também anunciou seu primeiro agente de IA, chamado Project Mariner, que pode ser usado para encontrar voos e hotéis, comprar itens para a casa, encontrar receitas etc.
Rudina Seseri, fundadora e sócia-gerente da Glasswing Ventures, uma empresa de investimentos, diz que os agentes são algo novo, sendo natural que ainda não possam ser definidos de forma precisa. No entanto, disse ela ao portal TechCrunch que a visão mais comum sobre um agente é que ele é “um sistema de software inteligente projetado para perceber seu ambiente, raciocinar sobre ele, tomar decisões e realizar ações para atingir objetivos específicos de forma autônoma”.
Ela disse também que eles “usam uma série de técnicas de IA, como processamento de linguagem natural, aprendizado de máquina e visão computacional, para operar em domínios dinâmicos, de forma autônoma ou ao lado de outros agentes e usuários humanos.”
Fora as visões apocalípticas sobre IA e agentes, há otimismo a seu respeito, embora alguns vejam esse otimismo com uma dose de cautela, como disse o pioneiro da área de robótica do MIT, Rodney Brooks, em entrevista ao TechCrunch: “IA tem que lidar com problemas muito mais difíceis do que a maioria das tecnologias, e não necessariamente crescerá da mesma forma rápida que, digamos, os chips sob a Lei de Moore”.
O cenário na área é ainda nebuloso, embora seja muito importante que profissionais e empresários acompanhem o assunto muito de perto.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].