A Amazon acaba de anunciar que seus funcionários devem voltar aos escritórios em tempo integral, a partir de 2 de janeiro.
Vivaldo José Breternitz (*)
“Decidimos que vamos voltar ao escritório da mesma forma que estávamos antes do início da COVID. Quando olhamos para os últimos cinco anos, continuamos a acreditar que as vantagens de estarmos juntos no escritório são significativas”, disse Andy Jassy, o CEO da Amazon, em nota enviada aos funcionários.
Até agora, era exigida a presença nos escritórios três dias por semana; em casos muito excepcionais, os empregados poderão solicitar exceções à liderança sênior da empresa, disse Jassy.
O executivo afirmou também que a volta ao trabalho presencial por três dias fortaleceu a convicção da empresa no sentido de que o fim do home office melhora a colaboração e a conexão entre os funcionários, bem como fortalece a cultura organizacional.
A Amazon está também reduzindo o número de gerentes e aumentando seu quadro de pessoal, depois de, como outras empresas de tecnologia, ter feito um grande número de contratações no início da pandemia e ao final desta ter demitido muita gente – parece que há uma tentativa de equilibrar sua estrutura.
Desde que a Covid forçou os trabalhadores a ficarem em casa há quatro anos, empregadores e funcionários têm se confrontado sobre quantos dias da semana de trabalho devem ser passados no escritório. Em maio do ano passado, funcionários da sede da Amazon em Seattle organizaram uma greve protestando contra demissões e retorno ao escritório – esse movimento não surtiu efeito, como parece que não surtirão efeito as queixas que os empregados agora estão levando às redes sociais.
Com inúmeras grandes empresas praticamente banindo o home office, é de se esperar que essa modalidade de trabalho acabe se reduzindo bastante, inclusive no Brasil.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].