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NASA se prepara para destruir a ISS

em Tecnologia
quarta-feira, 04 de outubro de 2023

A Estação Espacial Internacional (ISS) está chegando ao fim de sua vida útil e deverá ser desativada em 2031, depois de três décadas em órbita da Terra.

Vivaldo José Breternitz (*)

Mas a NASA não quer deixar a instalação, de 109 metros de comprimento, à deriva em órbita, pois isso aumentaria a quantidade de lixo espacial à volta da Terra, aumentando a probabilidade de choque de outros artefatos com esses detritos, que já são cerca de 34 mil, considerando-se apenas os maiores de dez centímetros.

A solução é destruir a ISS, e para fazer isso de forma segura, a NASA usará um dispositivo que vem sendo chamado “rebocador espacial”, oficialmente conhecido como U.S. Deorbit Vehicle (USDV), que levará a estação a uma posição segura, de onde descerá rumo à Terra em alta velocidade, queimando ao entrar em nossa atmosfera.

No entanto, algumas partes da ISS podem sobreviver à descida, sendo necessário definir essa posição segura de forma a impedir que essas partes caiam área povoada.

Preparando-se, a NASA solicitou recentemente propostas para a construção do USDV, que pode ser um veículo totalmente novo ou a adaptação de uma espaçonave existente – o projeto selecionado poderá levar anos para ser desenvolvido, testado e certificado, havendo a expectativa de que seu custo possa chegar a um bilhão de dólares.

A NASA estava considerando usar uma espaçonave russa Progress para realizar a operação, mas concluiu que esse veículo não seria adequado para a realização da tarefa.

Estados Unidos, Japão e Canadá, além de países participantes da ESA (Agência Espacial Europeia) pretendem operar a ISS até 2030, enquanto a Rússia disse que manterá seus cosmonautas a bordo pelo menos até 2028.

A concepção, construção e implantação da ISS levou a exploração do espaço a outros patamares, inclusive em termos de cooperação entre diversos países, mas a estrutura está envelhecendo, e sua manutenção está se tornando cada vez mais difícil em termos técnicos e de custos, tornando sua desativação inevitável.

Como a NASA segue interessada em manter a presença humana fora da Terra, ela está trabalhando com empresas privadas que pretendem implantar as suas próprias estações espaciais nos próximos anos, substituindo a ISS.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.