A indústria de semicondutores, que com muito esforço conseguiu atender à grande demanda gerada pela COVID-19, agora enfrenta um problema inesperado: um excesso de oferta de chips de memória.
Vivaldo José Breternitz (*)
De acordo com o portal CNBC, essa mudança da escassez para a abundância criou uma situação desafiadora, impactando os principais fabricantes desses chips, como Samsung, SK Hynix e TSMC, cujos resultados financeiros estão piorando como resultado desse novo cenário.
O atual problema de excesso de oferta é atribuído em grande parte ao fato de os fabricantes de computadores e smartphones terem formado grandes estoques de módulos de memória durante a pandemia.
Embora essas empresas esperassem uma demanda sustentada por seus produtos, à medida que o impacto da pandemia diminuiu, o mesmo aconteceu com a demanda, o que as levou a reduzir suas compras de componentes.
O excesso de oferta de chips de memória atinge dois tipos de chips com mais força: as memórias NAND e DRAM, ambas comumente usadas em smartphones, laptops e servidores de data centers.
Essa situação afetou severamente a divisão de semicondutores da Samsung, que registrou um declínio impressionante de 95% em relação ao ano anterior nos lucros operacionais do segundo trimestre deste ano.
A taiwanesa TSMC também experimentou uma queda de 23,3% em seus lucros durante o mesmo período, o que acontece pela primeira vez em quatro anos.
É oportuno lembrar que escassez de chips de todos os tipos custou em 2021, apenas à economia americana, US$ 240 bilhões e que como a lei da oferta e da procura não foi revogada, é certo que os preços também tendem a cair até a próxima reviravolta do mercado…
(*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor de empresas e diretor do Fórum Brasileiro de IoT.