Frank McCourt, grande empresário do setor imobiliário e antigo proprietário do Los Angeles Dodgers, uma das mais tradicionais equipes de beisebol dos Estados Unidos, estaria montando um consórcio para comprar as operações do TikTok naquele país.
Vivaldo José Breternitz (*)
Está em vigor legislação proibindo o uso do TikTok nos Estados Unidos caso o aplicativo continue pertencendo à sua atual proprietária, a empresa chinesa ByteDance, que está contestando na justiça a constitucionalidade dessa legislação, que foi baixada em função de alegações de que o TikTok estaria sendo usado para espionar em favor da China.
McCourt tem criticado muito as big techs, inclusive o TikTok, em especial pela forma que as mesmas exploram os dados de seus usuários, como violam sua privacidade e como o uso excessivo de redes sociais pode trazer problemas de saúde mental para os jovens.
McCourt foi um dos responsáveis pela fundação do “Project Liberty”, que desde 2021 apresenta-se como “um ecossistema formado por profissionais da área de tecnologia, acadêmicos, formuladores de políticas e cidadãos comprometidos em construir uma internet melhor”.
Não é certo como o drama do TikTok se desenrolará. O aplicativo é usado por quase metade da população americana, parte da qual afirma que a venda forçada do aplicativo é um ato de censura, gerado por interesses políticos e financeiros.
É pouco provável que qualquer uma das principais empresas de tecnologia tente adquirir o aplicativo, dado que isso certamente geraria processos antitruste. A ByteDance, ao que consta, prefere encerrar suas operações nos Estados Unidos a vender o TikTok, pois para que o aplicativo continuasse operando, o comprador deveria ter acesso aos algoritmos que são o coração do mesmo, mas que são usados pela ByteDance em outros negócios.
McCourt disse ao New York Times que duvida que a ByteDance venda o TikTok com os algoritmos, mas que ele e seu grupo não se interessam pelo mesmo porque estão pensando em uma arquitetura diferente, numa nova forma de pensar sobre a internet e como ela opera, embora não tenha dado mais informações a respeito.
De qualquer forma, McCourt vem discutindo financiamento para o negócio com o grupo Guggenheim Securities e aspectos jurídicos com a consultoria Kirkland & Ellis.
O prazo final para decisão acontece no início do próximo ano.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].