A Microsoft descontinuou seu experimento de data center subaquático, o Projeto Natick, iniciado em 2013. A ideia era verificar se os custos de refrigeração poderiam ser baixados.
Vivaldo José Breternitz (*)
Noelle Walsh, executiva da empresa, disse que o experimento foi um sucesso, e que o aprendizado obtido será aplicado no futuro.
Espera-se que os data centers cresçam exponencialmente nos próximos anos, tendo a Nvidia vendido mais de 3,76 milhões de GPUs para data centers apenas em 2023; acredita-se que essas placas consumirão 14,3 TWh de eletricidade por ano, sem considerar a energia utilizada para refrigeração, que usualmente representa 40% do consumo de um data center.
O experimento, que teve os primeiros servidores instalados na costa escocesa em 2018, trouxe outros números interessantes: foram perdidos apenas seis dos 855 servidores submersos, contra os oito servidores que precisaram ser substituídos (do total de 135) no experimento paralelo que a Microsoft realizou em terra. Isso equivale a uma perda de 0,7% no mar versus 5,9% em terra.
A empresa disse que a principal razão para essa longevidade dos servidores é a estabilidade da temperatura da água do mar e o nitrogênio inerte usado para proteger os servidores.
Embora a Microsoft tenha concluído seu experimento, a China iniciou projeto similar em 2023, instalando um grande data center submerso na costa sul de Hainan.
Face à enorme capacidade de processamento necessária às aplicações de inteligência artificial, a Microsoft segue desenvolvendo projetos ligados à data centers, considerando a possibilidade de utilizar pequenas usinas nucleares para gerar a eletricidade necessária aos mesmos, bem como, ao que se comenta, estar trabalhando em parceria com a OpenAI na construção de um data center de US$ 100 bilhões.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].