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Jornais e revistas face a uma nova realidade

em Tecnologia
sexta-feira, 06 de janeiro de 2023

É público e notório que a mídia impressa tradicional vem perdendo espaço em todo mundo, há bastante tempo.

Vivaldo J. Breternitz (*)

Esse processo teve início com a popularização da televisão e se acentuou mais recentemente quando ferramentas da internet se tornaram acessíveis a todos, especialmente através de smartphones.

A difusão de notícias pelas mídias sociais também contribui para a decadência de jornais e revistas, cujo futuro, como empresas, parece sombrio em função da queda do número de leitores e de anunciantes. Muitos desses veículos vem reduzindo seu quadro de pessoal para enfrentar essa situação, gerando um círculo vicioso: menos jornalistas, menos informação, menos leitores, menos anúncios; televisões vem sofrendo situações similares.

A pandemia provocou um aumento da busca por notícias, mas isso não aumentou a circulação de veículos impressos; pelo contrário, a necessidade de isolamento social levou as pessoas a buscarem informações usando meios eletrônicos, como informou relatório apresentado pelo Reuters Institute for the Study of Journalism, um centro de pesquisas da Universidade de Oxford.

Em meio a esse cenário sombrio, algumas boas notícias parecem surgir: o relatório informa que muitas pessoas estão se conscientizando do risco representado pelas fake news difundidas pelas redes sociais e estão se voltando para os veículos tradicionais de informação, não em suas versões impressas, mas sim em formato digital, inclusive dispondo-se a pagar por assinaturas de jornais e revistas.

Mas há outro ponto a ser considerado, ruim para os veículos menores: há uma tendência a que prevaleçam situações do tipo “the winner takes all”, ou “o vencedor leva tudo”: nos Estados Unidos mais de metade dos assinantes de veículos em formato digital optam pelo New York Times ou pelo Washington Post; no Reino Unido, a situação se repete, com a absoluta maioria preferindo o The Times ou o Telegraph.

É um cenário difícil a ser enfrentado por empresas e profissionais da área.

(*) É Doutor em Ciências pela USP, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.