O Teste de Turing, proposto pelo matemático britânico Alan Turing em 1950, busca determinar se uma inteligência artificial, à época chamada “máquina”, pode conversar com um humano de forma que este não consiga discernir se está falando com outro humano ou não.
Vivaldo José Breternitz (*)
Até agora não existem registros de que uma inteligência artificial tenha conseguido passar no teste, mas os pesquisadores Cameron R. Jones e Benjamin K. Bergen, da University of California San Diego, concluíram que o GPT-4 da OpenAI se tornou a primeira IA capaz de passar no Teste de Turing.
Suas conclusões constam de um texto atualmente disponível no servidor de preprints arXiv, que depois de revisado por pares poderá vir a ser publicado.
Para submeter o GPT-4 ao Teste de Turing, os pesquisadores pediram a 500 pessoas que conversassem com quatro respondentes diferentes. Um respondente era humano, outro era uma inteligência artificial dos anos 1960 chamada ELIZA, e os dois últimos respondentes eram inteligências artificiais baseadas em GPT-3.5 e GPT-4.
Cada conversa durou cinco minutos e 54% dos participantes consideraram o GPT-4 humano – em função desse resultado, os pesquisadores afirmam que ele passou no Teste de Turing.
Por outro lado, 67% dos participantes identificaram o respondente humano como tal, enquanto o GPT-3.5 marcou 50% e o ELIZA foi considerado humano apenas 22% das vezes.
Evidentemente o Teste de Turing pode ser considerado muito simplista, ao menos diante da realidade atual, e as conclusões dos pesquisadores ainda precisam ser validadas por pares, mas provavelmente se somarão às preocupações crescentes sobre os perigos da inteligência artificial.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.