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Google treinou um robô para jogar tênis de mesa

em Tecnologia
quinta-feira, 15 de agosto de 2024

A DeepMind é uma empresa de origem britânica focada em inteligência artificial e que foi adquirida pelo Google em 2014.

Vivaldo José Breternitz (*)

Um time de pesquisadores da empresa treinou um robô para jogar tênis de mesa em um nível equivalente ao de amadores, marcando um avanço significativo na robótica – é o primeiro robô capaz de disputar um jogo desse tipo com humanos, embora ainda possa evoluir bastante.

A máquina, em realidade apenas um braço robótico, disputou 29 partidas contra humanos, conseguindo vencer 13 delas, embora tenha perdido todos os jogos contra jogadores avançados. Mesmo assim, são números impressionantes, superando as expectativas do pessoal que trabalhou em seu desenvolvimento.

Foi usada uma abordagem em duas etapas para preparar o robô: primeiro, ele foi treinado para desenvolver a habilidades de bater na bola; depois, com o uso de um conjunto de dados que inclui informações sobre a posição, rotação e velocidade da bola. Durante os jogos, a máquina coleta mais informações, que somadas às que já tinha, lhe permite enfrentar seus adversários.

O robô ainda enfrenta dificuldades, como rebater bolas muito rápidas, fora de seu campo de visão ou muito baixas, principalmente por utilizar um protocolo que evita colisões que possam danificar sua raquete, construída por uma impressora 3D e relativamente frágil. Bolas que chegam com spin (rotação) também são problemáticas, pois o robô não possui a capacidade de medir diretamente o efeito do spin, uma limitação que jogadores avançados exploraram rapidamente.

Apesar disso, o robô é capaz de ajustar suas táticas durante e após os jogos, tornando-se progressivamente melhor ao jogar mais partidas. No entanto, prepara-lo para todas as eventualidades do mundo real continua a ser um desafio significativo: variáveis como rajadas de vento ou poeira, são difíceis de simular com precisão, limitando o treinamento e consequentemente o desempenho do robô.

Para superar essas limitações, a Google DeepMind sugere o desenvolvimento de modelos de IA preditivos, capazes de antecipar a trajetória da bola, e algoritmos de detecção de colisão aprimorados.

Em resumo, a capacidade do robô em competir contra humanos no tênis de mesa demonstra avanços promissores na robótica, embora ainda haja desafios a serem superados, representando, no entanto, um passo importante na criação de robôs capazes de realizar tarefas úteis em ambientes reais, como lares e armazéns.

A tecnologia tem o potencial de evoluir e ser aplicada em outros contextos, representando um passo em direção à integração de robôs em tarefas diárias junto a humanos.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].