Informações dão conta que o governo Biden está considerando a hipótese de regular os sistemas de inteligência artificial (IA), em função de seus possíveis impactos na segurança nacional e na educação.
Vivaldo José Breternitz (*)
O ChatGPT, talvez o mais popular desses sistemas, atraiu a atenção dos legisladores americanos, em especial por ter atingido 100 milhões de usuários em janeiro, apenas dois meses após seu lançamento, tornando-se o aplicativo de crescimento mais rápido da história, de acordo com um estudo do banco suiço UBS; foi desenvolvido pela OpenAI com apoio da Microsoft.
A Administração Nacional de Telecomunicações e Informações (NTIA), uma unidade do Departamento de Comércio que assessora a Casa Branca em políticas de telecomunicações e informações, manifestou interesse em descobrir se existem medidas que poderiam ser implementadas para garantir que “os sistemas de IA são legais, eficazes, éticos, seguros e confiáveis”.
Segundo o administrador da NTIA, Alan Davidson, sistemas de IA podem trazer enormes benefícios, mas é preciso considerar suas possíveis consequências e danos. Já o presidente Joe Biden, disse que é necessário saber se a IA é perigosa, e que as empresas que os desenvolvem têm a responsabilidade de garantir que sejam seguros antes de liberá-los para uso do público.
Além dos legisladores, entidades preocupadas com o uso da tecnologia de forma ética, como o Centro de Inteligência Artificial e Política Digital, pediram à Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos que impedisse a OpenAI de lançar novas versões do ChatGPT, afirmando que o sistema é “tendencioso, enganoso e um risco à privacidade e à segurança pública”.
Expoentes da área de tecnologia, entre outros o CEO da Tesla, Elon Musk, o cofundador da Apple, Steve Wozniak, e Emad Mostaque, CEO da Stability AI, pediram às empresas que desenvolvem ferramentas como o ChatGPT que suspendam, por pelo menos seis meses, o trabalho com as mesmas.
É um tema que merece atenção de toda a sociedade, talvez necessitando de regras similares às que regem o uso da energia nuclear.
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.
