Localizado no Mar do Norte, acaba de se tornar totalmente operacional o Hornsea 2, o maior parque eólico offshore do mundo.
Vivaldo José Breternitz (*)
O parque está instalado em uma área de 462 km2, equivalente a 64 mil campos de futebol ou a 30% da área da cidade de São Paulo. Alojadas ali, a 89 km da costa de Yorkshire, Inglaterra, estão 165 turbinas eólicas fabricadas pela Siemens.
Em sua tentativa de gerar energia elétrica com zero emissões líquidas de carbono até 2050, o Reino Unido está apostando fortemente na energia gerada pelo vento. Para isso, implantou em 2020 o Hornsea 1, que naquele momento tornou-se o maior parque eólico offshore do mundo, posto que agora é assumido pelo Hornsea 2.
Cada lâmina das turbinas tem 81 metros de comprimento e a ponta da lâmina atinge uma altura de 200 metros acima do nível do mar. Uma volta das lâminas pode abastecer uma residência média do Reino Unido por 24 horas, enquanto todo o projeto pode abastecer mais de 1,4 milhão de residências. Um cabo submarino transporta a energia gerada até a costa.
O Hornsea 2 pode ter começado como um projeto que visava simplesmente fornecer energia mais limpa, mas nas circunstâncias atuais acabará sendo muito mais, pois o conflito em curso na Ucrânia elevou os preços da energia na Europa, ao mesmo tempo em que levanta preocupações sobre a segurança energética.
Como um importante fornecedor de gás para a Europa, a Rússia pode interromper abruptamente o fornecimento de energia para a região, trazendo grandes problemas à economia britânica, problemas esses que os projetos Hornsea podem ajudar a minorar, ainda mais se for construído o Hornsea 3, que vem sendo planejado.
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.
