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Elizabeth II e as tecnologias da informação e comunicação

em Tecnologia
segunda-feira, 12 de setembro de 2022

No Natal de 1957, quando falou pela primeira vez à população britânica pela televisão, a Rainha mostrou estar disposta a abraçar as mudanças tecnológicas na comunicação com seu povo – foi a primeira vez que um soberano daquele país usou a televisão para esse fim.

Vivaldo J. Breternitz (*) e Elisabete P. Breternitz (**)

Em 1969, o documentário “Royal Family”, uma produção BBC/ITV, foi um sucesso estrondoso, com uma audiência de 350 milhões ao redor do mundo, um número extraordinário para a época. O documentário mostrou aspectos da vida privada da Rainha e de outros membros de sua família.

Essa tecnologia, porém, não ajudou a família real em 1994, quando no documentário “Charles: The Private Man, the Public Role” o então Príncipe Charles admitiu ter cometido adultério; a repercussão foi péssima.

Em 1997, a rainha lançou seu website, que evoluiu continuamente, destacando-se o lançamento de uma nova versão em 2009, que teve a presença de Sir Tim Berners-Lee, um físico, cientista da computação e professor do MIT, britânico, que criou a  World Wide Web.

Ainda em 2009, a Rainha passou a ter uma conta no Twitter e um canal no YouTube; em 2013, abriu uma conta no Instagram; não consta que ela tivesse uma conta no TikTok. Durante a pandemia, Elizabeth usava o Zoom para reuniões de trabalho.
Com um senso de humor bem britânico, a Rainha apareceu em um clipe com o ator Daniel Craig – esse clipe foi produzido para a abertura dos Jogos Olímpicos de 2012, que aconteceram em Londres. Também foi protagonista de um clipe em que se encontrava com o ursinho Paddington, um personagem clássico da literatura infantil daquele país.

Elizabeth utilizava um smartphone Samsung, o que permite à empresa utilizar desde 2012 um “Royal Warrant”, um selo que indica ser a empresa uma fornecedora da Rainha, e que é utilizado como arma de propaganda pela Samsung.

O Rei Charles tem um desafio pela frente: utilizar a tecnologia como forma de manter a conexão com a população, porém sem atrair críticas ou arranhar a mística que envolve a monarquia.

(*) É Doutor em Ciências pela USP, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas. (**) É Especialista em Língua Inglesa pela UNESP, é professora.