A pandemia fez com que o número de pessoas que acessam a internet subisse, mas ainda é grande o número dos que não o fazem.
Vivaldo José Breternitz (*)
De acordo com a União Internacional de Telecomunicações (UIT), entidade ligada à ONU, cerca de 4,9 bilhões de pessoas tiveram acesso à rede em 2021, ante 4,1 bilhões em 2019.
O crescimento foi significativo, mas pode-se concluir que o número de indivíduos off-line está ao redor de 2,9 bilhões, o equivalente a 37% da população mundial, tendo o secretário-geral da UIT, Houlin Zhao dito que a organização trabalhará com todas as partes interessadas para garantir que se possa conectar também essas pessoas.
A UIT diz também que centenas de milhões de pessoas, embora possam usar a internet, o fazem apenas raramente, usando dispositivos compartilhados e com baixa velocidade de conexão e que é necessário preparar essas pessoas para o trabalho remoto.
Cerca de 96% das pessoas que não têm chance de estar online vivem em países pouco desenvolvidos e enfrentam problemas graves como pobreza, acesso limitado à eletricidade e analfabetismo.
Devem ser considerados também os custos dos pacotes de dados, necessários para navegar na rede e que não são acessíveis para os usuários de menor renda; na maioria dos países africanos, esses custos podem chegar a 20% da renda média bruta.
Sendo o acesso à internet extremamente importante para eliminação dos bolsões de pobreza, fica claro que ainda há um longo caminho a percorrer.
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é consultor de empresas.