Há alguns meses o mundo da tecnologia da informação foi surpreendido ao tomar conhecimento que muitos aplicativos do governo japonês ainda utilizavam os disquetes rígidos de 3 ¼ polegadas, que passaram a ser utilizados em 1984 com capacidade de 720 MB e foram depois substituídos por CDs, DVDs, pen drives, hard disks externos etc.
Vivaldo José Breternitz (*)
Agora, nova surpresa: veio a público que o metrô de San Francisco usa tecnologia ainda mais antiga, os disquetes conhecidos como “floppy disks” de 5 ¼ polegadas, lançados em 1976.
Os disquetes, usados no sistema de controle de trens, tem capacidade para armazenar 1,2 MB – essa foi a última versão desses disquetes, lançada em 1984.
A tecnologia pode ser difícil de substituir em determinados contextos comerciais, razão pela qual as versões do Windows voltadas para servidores ou sistemas integrados permanecem em operação por muito mais tempo – muitos caixas eletrônicos, por exemplo, ainda usam o Windows XP.
Isso é muito perigoso: como os equipamentos que usam essas unidades são muito antigos, muitas vezes com mais de 40 anos, eles e o software que processam não foram concebidos com grandes preocupações em termos de segurança, sendo por isso vulneráveis a ataques cibernéticos.
Podemos lembrar que a tecnologia obsoleta foi uma das culpadas pelo colapso operacional que a Southwest Airlines sofreu no final de 2022 – quanto mais tempo permanecerem em operação soluções antigas, mais provável é que falhem ou sejam atacadas.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.