Advogados que estão atuando em um processo contra a companhia aérea colombiana Avianca, apresentaram a um tribunal americano documentos produzidos pelo ChatGPT contendo informações falsas.
Vivaldo José Breternitz (*)
Os advogados da Avianca descobriram as falsidades e levaram-nas ao juiz que cuida do caso, que confirmou que os documentos mencionavam decisões judiciais inexistentes, e continham outras mentiras.
Agora, os advogados que produziram as falsificações devem ser punidos, sendo que um deles, Steven Schwartz admitiu em depoimento que havia usado o ChatGPT, mas que “não sabia da possibilidade de que seu conteúdo pudesse ser falso”.
Schwartz disse também que “lamenta muito ter utilizado inteligência artificial generativa para produzir os documentos sem verificar a autenticidade das informações geradas”.
Outro advogado que atuava em parceria com Schwartz, Peter LoDuca, também deverá ser punido.
Vale lembrar que falsidades como essas não são geradas apenas pelo ChatGPT – o Bard, inteligência artificial do Google, em sua apresentação acontecida em março passado, trouxe informações totalmente incorretas sobre o telescópio espacial James Webb.
Isso mais uma vez mostra como é perigoso usar ferramentas desse tipo para pesquisa sem verificar os resultados em outras fontes, preferencialmente mais de uma vez; além de passar vergonha, quem for descoberto pode ter problemas com a justiça.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.