A SandboxAQ é uma startup spin-off da Alphabet, a empresa mãe do Google e acaba de ganhar um contrato para ajudar a Força Aérea dos Estados Unidos a implementar criptografia pós-quântica.
Vivaldo José Breternitz (*)
A SandboxAQ oferece um conjunto de ferramentas de software que as organizações podem usar para implementar essa espécie de criptografia, projetada para proteger dados de ataques cibernéticos lançados a partir de computadores quânticos.
Nos termos desse contrato, a SandboxAQ realizará estudos para verificar como seu conjunto de ferramentas de software pode ajudar a criar uma estrutura para proteger as redes da Força Aérea e da Força Espacial contra ataques cibernéticos originados de computadores quânticos. A Força Espacial é o sexto braço das forças armadas dos Estados Unidos, desmembrada da Força Aérea, sendo responsável pelas operações militares no espaço sideral.
As máquinas quânticas atuais só podem executar tarefas relativamente simples; no entanto, acredita-se que essa tecnologia deverá superar os computadores convencionais em desempenho global. Em teoria, uma máquina quântica de grande porte teria capacidade de processamento maior que qualquer supercomputador convencional.
A velocidade das máquinas quânticas pode permitir que elas quebrem os algoritmos de criptografia de dados mais usados atualmente. Para acessar esses dados, o usuário deve possuir a chave usada para criptografá-los; um computador quântico de certo porte poderia descobrir essas chaves com relativa facilidade, permitindo o acesso do atacante aos dados do atacado.
Para combater os riscos de segurança cibernética que podem ser trazidos pelos computadores quânticos, os pesquisadores estão desenvolvendo novos algoritmos para criptografia; esses algoritmos, conhecidos como criptografia pós-quântica, deverão ser capazes de resistir a tentativas de quebra de chaves com mais eficiência do que a tecnologia atualmente disponível.
A segurança ganha importância cada vez maior no mundo da tecnologia da informação – é responsabilidade das pessoas, empresas da área e governos.
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.