Os avanços na tecnologia de computação têm tornado os dispositivos eletrônicos vestíveis cada vez menores e dotados de cada vez mais funcionalidades.
Vivaldo José Breternitz (*)
No entanto, um sério problema afeta esses dispositivos: a necessidade de energia para sua operação; alguns deles conseguem funcionar a partir da energia solar, mas quase sempre há a necessidade de baterias, que muitas vezes são grandes em relação aos dispositivos que alimentam, tornando-os pouco funcionais.
Agora, pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon parece terem encontrado uma solução para esse problema. Em um artigo publicado no portal Future Interfaces Group, demonstraram que a energia elétrica gerada pelo corpo humano pode ser capturada por um “receptor vestível” que alimenta os dispositivos utilizados pela pessoa.
Os pesquisadores demonstraram a tecnologia funcionando com anéis inteligentes, com um dispositivo médico que registra os dados de saúde do usuário e com vários outros aparelhos, permitindo que seus usuários possam usar vários dispositivos simultaneamente sem a necessidade de removê-los para recarregamento.
A nova tecnologia poderia incentivar a indústria de vestíveis a criar uma nova geração de dispositivos sem bateria, menores e mais leves. Também reduziria o uso de minerais raros necessários para fabricar baterias – isso soa particularmente atraente para os americanos, preocupados com a dependência de jazidas de alguns desses minerais que se concentram na China.
A nova tecnologia, que vem sendo chamada “Power-over-Skin” parece ter grande potencial, mas como sempre ocorre em casos em que se propõe algo radicalmente novo, deve demorar algum tempo até que surjam produtos que a utilizem.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].