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Chineses desenvolvem superarma

em Tecnologia
sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Cientistas chineses anunciaram o desenvolvimento de uma superarma semelhante à Estrela da Morte da saga Star Wars.

Vivaldo José Breternitz (*)

Segundo o jornal South China Morning Post, a arma já foi testada em exercícios militares no oeste da China, demonstrando sua capacidade de suprimir sinais de satélites, incluindo GPS.

A arma, em realidade um sistema, seria formada por veículos estacionados em diferentes locais que transportariam plataformas emissoras de micro-ondas – as micro-ondas assim emitidas seriam concentradas, formando um poderoso feixe de energia que atingiria o alvo.

A chave do funcionamento do sistema reside na sincronização ultrarrápida: as ondas emitidas pelas plataformas devem chegar ao alvo ao mesmo tempo, de forma a gerar uma combinação eficaz de potência que tenha a capacidade de afetar o funcionamento de um dispositivo eletrônico inimigo.

Esse sistema teria uma vantagem em relação às armas convencionais: não dependeria do impacto de um objeto físico não reutilizável, como um míssil, por exemplo, o que torna o sistema mais flexível e de menor custo no longo prazo.

O sucesso da tecnologia exige margem de erro mínima: cada veículo deve ser posicionado com uma precisão de milímetros, e a dessincronização entre as emissões não pode ultrapassar 170 picossegundos – um picossegundo é um trilionésimo de segundo. Os cientistas chineses afirmam ter superado esses obstáculos nos testes realizados utilizando um sistema formado por sete plataformas emissoras.

O sistema chinês não tem a capacidade de destruir um planeta, como tinha a Estrela da Morte da série Star Wars, mas ainda assim é uma demonstração de como fontes de energia relativamente fracas, como as micro-ondas, podem ser combinadas para gerar um impacto maior, por exemplo, atacando satélites ou anulando os sinais de rádio dos satélites do sistema GPS, algo que hoje pode ser feito de forma muito menos eficaz, com o uso de outros métodos.

Há bastante tempo cientistas chineses trabalham em sistemas de altíssima precisão: em 2023, conseguiram sincronizar dois dispositivos separados por 1.800 km de fibra óptica com uma precisão de 10 picossegundos; também colocaram um relógio atômico (um tipo de relógio de altíssima precisão) na estação espacial Tiangong; esse relógio é considerado o mais preciso dentre os que estão no espaço.

A alternativa chinesa ao GPS americano ou ao Galileo europeu, chamada BeiDou, é um sistema de posicionamento por satélite com precisão de centímetros, que pode ser complementado com lasers para alcançar a precisão milimétrica que essa nova arma requer.

Para encerrar, é bom relembrar que em Star Wars Luke Skywalker conseguiu destruir a Estrela da Morte.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].