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China planeja fundo de US$ 40 bi para sua indústria de chips

em Tecnologia
quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Os Estados Unidos têm feito esforços contínuos para impedir que a China produza chips sofisticados.

Vivaldo José Breternitz (*)

No entanto, como disse recentemente a Reuters, esses esforços podem não ser totalmente bem sucedidos, pois para neutraliza-los a China planeja lançar um novo fundo para financiar seus projetos na área.

O China Integrated Circuit Industry Investment Fund visa levantar 41 bilhões de dólares, tendo fundos anteriormente lançados com objetivos semelhantes amealhado US$ 19 bilhões em 2014 e US$ 27 bilhões em 2019.

Dos US$ 41 bilhões de dólares, cerca de 8 bilhões devem ser aportados diretamente pelo governo chinês; ainda não são conhecidos os demais participantes, embora nas edições anteriores empresas como China Telecom e China National Tobacco Corporation tenham participado.

A notícia chega poucos dias depois de a Huawei, uma empresa chinesa de eletrônicos, anunciar seu novo e moderno smartphone, o Mate 60 Pro, equipado com chips sofisticados, de sete nanômetros, surpreendendo o mercado; esse equipamento tem também um número maior de componentes fabricados na China que seus antecessores.

A Huawei fez uma parceria com a fabricante de chips Semiconductor Manufacturing International Corp (SMIC), empresa em que o governo chinês tem participação, para criar um novo chip, o Kirin 9000s, que permite ao Mate 60 Pro desempenho superior ao dos smartphones 5G típicos.

O anúncio do Mate 60 Pro ajudou a deixar claro que os esforços feitos por países como Estados Unidos, Japão e Holanda para restringir a capacidade chinesa de produzir chips sofisticados não tem sido um sucesso completo, o que fez com que em agosto o presidente Biden assinasse uma ordem executiva limitando ainda mais os investimentos e negócios com empresas chinesas que atuam área.

Essas limitações, que começaram em 2019, fizeram com que a Huawei perdesse muito espaço no mercado de smartphones, mas agora, com o Mate 60 Pro ela pode voltar a enfrentar a Apple, cujas ações sofreram quedas da ordem de 200 bilhões de dólares logo após o anúncio do lançamento do aparelho da Huawei.

Também contribuíram para essa queda as notícias dando conta que o governo chinês proibirá o uso de smartphones Apple por seus funcionários.

Essa é provavelmente a guerra comercial mais intensa ora em andamento.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FASTEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.