Estar fora do mercado de trabalho é um desafio, mas também uma oportunidade de repensar estratégias e objetivos. Nesse momento de transição, o diferencial vai além das habilidades técnicas. A capacidade de construir conexões, demonstrar competências interpessoais — as chamadas soft skills — e ter um foco claro sobre o que se deseja para a carreira, são essenciais para uma recolocação mais rápida.
Um estudo recente publicado pela Bloomberg, em parceria com a Reed Recruitment, revelou que 90% dos empregadores consideram as soft skills fundamentais na hora de contratar. A capacidade de trabalhar em equipe, a resiliência e o aprendizado contínuo são critérios decisivos para o sucesso. Além disso, 78% dos empregadores reconhecem que competências interpessoais são mais difíceis de encontrar do que habilidades técnicas, o que reforça a importância de desenvolvê-las para se destacar.
Além das soft skills, outro fator crucial é a clareza sobre os objetivos profissionais. Se você almeja uma posição de liderança, deseja mudar de área, quer empreender ou precisa se reorganizar após uma saída abrupta, é importante pensar estrategicamente sobre onde quer estar. Ter um foco claro transforma momentos de incerteza em oportunidades.
Vale considerar também o calendário do mercado de trabalho. No Brasil, meses como novembro e dezembro apresentam menor movimentação de contratações, com empresas fechando orçamentos e se preparando para as férias. A expectativa é que o ano só “comece” após o Carnaval, com janeiro sendo marcado por pausas nas atividades. Porém, essa realidade pode ser vantajosa para quem busca recolocação, pois há menos concorrência de candidatos e você pode se posicionar para aproveitar as vagas que surgem com o início do ano.
A pesquisa da Bloomberg destaca que a busca por soft skills se intensificou no pós-pandemia, onde a colaboração remota e a adaptabilidade se tornaram indispensáveis. Competências técnicas podem ser ensinadas, mas habilidades como comunicação eficaz, empatia e liderança exigem tempo e dedicação para serem aprimoradas. Essas características são essenciais não só para se recolocar, mas para alcançar os objetivos profissionais.
Iniciativas como o Grape Valley, uma comunidade de startups focada em inovação e networking, baseada em Jundiaí, são exemplos de como ambientes colaborativos ajudam a construir conexões e a encontrar inspiração para atingir objetivos. Participar de eventos e interagir com profissionais de diversas áreas pode ser o ponto de partida para transformar seus planos em realidade.
Se você está em busca de recolocação, invista no desenvolvimento das soft skills, na construção de uma rede de contatos sólida e, acima de tudo, defina o foco da sua trajetória. Saber onde você quer chegar facilita a tomada de decisões e maximiza o impacto das suas ações.
Porém, mais importante que qualquer habilidade ou técnica, são as pessoas que cruzam nosso caminho ao longo da jornada. Elas, com suas histórias e ensinamentos, nos moldam de formas que nenhum curso acadêmico poderia. Cada interação, cada troca de experiências nos traz aprendizados que levamos para a vida toda. Isso não diminui a importância do ensino formal — ele é essencial para estruturar o conhecimento e abrir portas, mas é nas conexões humanas que realmente crescemos.
(Fonte: Jones Henrique Martins é especialista em Finanças Públicas e Cidades Inteligentes).