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Apple passa a produzir iPhones na Índia

em Tecnologia
quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Fatores como pandemia, mudanças climáticas, tensões políticas e guerras vêm gerando alterações nas cadeias de suprimentos e no processo de globalização como um todo.

Vivaldo José Breternitz (*)

Uma dessas alterações acaba de ser confirmada: a Apple informou que passará a produzir iPhones na Índia, transferindo para esse país parte dos processos que executava na China.

A Índia é o segundo maior mercado de smartphones do mundo, atrás apenas da própria China. O principal parceiro da Apple continuará sendo a Foxconn, que criou uma linha de montagem de iPhones em sua fábrica de Sriperumbudur, no sul do país.

O mercado acredita que a Apple transformará a Índia em um centro global de produção de iPhones até 2025, reduzindo lentamente sua dependência da China, onde fabrica a maior parte de seus telefones há mais de uma década. Em um relatório divulgado no início deste mês, analistas do JP Morgan disseram acreditar que a Apple transferirá 5% da produção global do iPhone 14 para a Índia até o final de 2022, passando a fabricar ali 25% de todos os iPhones em três anos.

Embora a Apple detenha uma pequena fatia do mercado indiano, fez muitos investimentos no país nos últimos cinco anos, abrindo uma Apple Store online em 2020, preparando o terreno para lojas físicas; o iPhone 14 padrão custa ali o equivalente a US$ 980, contra o preço de tabela de US% 799 nos Estados Unidos. Seu principal rival, a Samsung, também já adotou a Índia como um importante centro de fabricação, criando ali em 2018 a maior fábrica de smartphones do mundo.

A chinesa Xiaomi, a empresa que mais vende smartphones na Índia, também já monta alguns modelos em fábricas locais, enquanto o Google planeja seguir o mesmo caminho nos próximos meses, embora a empresa ainda esteja considerando o Vietnã como local alternativo.

Outros produtos de tecnologia também devem ter seus processos de fabricação transferidos, em função dos fatores mencionados no início deste texto.

(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.