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A crise no boicote ao Facebook

em Tecnologia
quarta-feira, 22 de julho de 2020

Maria Carolina Avis: Foto: AI/Uninter).

Há quem pense que os discursos de ódio racial são “potencializados” pelo Facebook, em suas redes sociais (Facebook, Instagram e WhatsApp), que não toma as devidas providências para que essa ação tenha fim. É o caso de grandes empresas, antes anunciantes do Facebook, que resolveram fazer um boicote ao império de Mark Zuckerberg.

Incentivadas pela organização não governamental Stop Hate for Profit, importantes marcas passaram a redirecionar suas verbas de anúncio para outras mídias digitais, como o Google.

O problema disso é que a única forma de monetização do Facebook é com anúncios. Funciona assim: os usuários podem usar a rede social gratuitamente, mas em troca disso permitem ter seus interesses analisados pela rede social. As empresas podem anunciar um produto para as pessoas de acordo com seus interesses, hábitos e preferências (por isso eu costumo dizer que na internet, o que é gratuito, a mercadoria é você). Isso não é negativo, pois os dados são usados apenas para o direcionamento de anúncios mais segmentados para o melhor público.

E é aí que o Facebook sai perdendo: se os grandes anunciantes saem, as possibilidades de monetização ficam menores. Por enquanto, marcas brasileiras seguem apenas analisando a situação, enquanto marcas globais suspenderam o direcionamento de verba publicitária para o Facebook, como: Coca-Cola, Heineken, Microsoft, Volkswagen, Nívea, Starbucks e outras mais de 400 marcas.

Este protesto fala muito sobre a sociedade, e sobre como o Facebook lida com os discursos de ódio racial disseminados na rede social, e também com as famosas fake news.

Além de deixar de lucrar com estes anunciantes, a decisão ainda deixa a empresa com um gigante prejuízo: as ações caíram mais de 8%, o que resulta em mais de R$ 300 bilhões do seu valor de mercado.

O Facebook conta com a ajuda da inteligência artificial para banir a disseminação deste tipo de conteúdo falso e promovendo o ódio racial, o que, de acordo com a empresa, consegue filtrar 90% disso tudo. Algoritmos são programados para que nenhum conteúdo como estes, bem como os de nudez ou propagando informações de armas e drogas, sejam mostrados.

(Fonte: Maria Carolina Avis é professora do curso de Marketing Digital do Centro Universitário Internacional Uninter).