A Amazon tem mais de 750 mil robôs operando em seus armazéns, a maioria deles braços robóticos e máquinas com rodas, todos projetados para trabalhos específicos e repetitivos.
Vivaldo José Breternitz (*)
Mas, a empresa segue desenvolvendo novas ferramentas robóticas e a mais recente delas vem preocupando, de forma justificada, seus funcionários, que desconfiam que esse novo robô, o Digit, venha a causar a demissão de muitos dos 1,5 milhões de empregados da Amazon.
O Digit, que já está em teste, é um robô humanoide capaz de manusear caixas e os pacotes destinados aos clientes da Amazon – robôs humanoides são aqueles que tem aparência semelhante à de um ser um humano; normalmente são bípedes de corpo ereto que possuem uma parte que lembra uma cabeça com dois olhos, nariz e boca dispostos como os de uma pessoa.
Com uma altura de 1,75 metro e peso de 65 quilos, o Digit pode carregar até 16 quilos, movendo-se para frente, para trás e para os lados.
Sua primeira versão surgiu em 2019, construído pela startup Agility Robotics, com sede no Oregon, um estado americano. De lá para cá, vem sendo aprimorado para ganhar mais mobilidade e agilidade – a Amazon tem investido nesse aprimoramento.
A empresa diz que o robô tem tamanho e formato adequados para uso em edifícios projetados para humanos, e acredita ser ele capaz de trabalhar de forma colaborativa com os funcionários; a máquina será usada inicialmente para ajudar os trabalhadores na tarefa repetitiva de recolher e mover caixas vazias, as quais continham produtos a serem enviados para os clientes.
A Amazon também informou estar desenvolvendo um sistema robótico sobre rodas chamado Sequoia, capaz de reduzir o tempo de processamento de pedidos em até 25%.
Embora seja evidente que a Amazon sonha com o dia em que será capaz de executar toda a sua operação de armazém utilizando robôs, a empresa insiste em dizer que suas máquinas atuam de forma colaborativa, apenas apoiando seus funcionários, e que nos últimos dez anos, apesar de ter colocado em operação milhares de robôs, criou centenas de milhares de novos empregos.
Há alguma verdade nessas afirmações, mas seu eu trabalhasse em um armazém da Amazon, estaria preocupado…
(*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.
