Na internet, todo cuidado é pouco. Até parece redundância repetir a mesma frase todas as vezes, mas, infelizmente, o número de ataques cibernéticos só aumenta com o passar dos anos.
Em 2020, um relatório da Akamai Technologies publicou um registro de mais de 3 bilhões de tentativas de roubos de credenciais, dos quais 1,6 bilhão tiveram origem no país – e o alvo favorito dos cibercriminosos, comumente chamados de hackers, são as credenciais das pessoas. Ainda de acordo com esse relatório, cerca de 80% de todos os sites na web apresenta pelo menos uma falha de segurança.
Dados mais atuais, de 2023, mostram que o roubo de credenciais online aumentaram em 84% nos três primeiros meses, de acordo com levantamento feito pela plataforma de e-commerce OLX. Foram 87 mil contas roubadas só entre janeiro e março do ano passado, sendo as mais visadas as que têm mais de cinco anos desde sua data de criação.
Por sua vez, os Relatórios Digitais Globais, realizados anualmente pelo portal DataReportal, indicam que, em 2024, 187,9 milhões de brasileiros têm acesso à internet; destes, 66,3% acessam as redes sociais. Com números tão expressivos, tanto de usuários quanto de ciberataques, é difícil não se preocupar com a segurança online.
Dicas antigas, mas que continuam atuais
Em termos de cibersegurança, infelizmente não existe nenhuma solução milagrosa que evite os ataques às contas pessoais. Em maior ou menor grau, todos os dispositivos, de PCs e laptops a smartphones, tablets e até mesmo smartwatches e outros aparelhos inteligentes, estão suscetíveis a brechas de segurança.
Desse modo, é importante que as próprias pessoas atentem-se aos cuidados que podem ser tomados para redobrar a segurança online, especialmente em relação a como elas utilizam as redes sociais. Confira as principais dicas a seguir.
- Limite as informações pessoais visíveis. Sabe aquela velha história do “menos é mais”? Ao fazer seu cadastro em redes sociais (ou mesmo atualizar suas informações), não informe número de telefone, endereço residencial completo, números de documentos (RG, CPF, passaporte e outros) e muito menos detalhes de contas bancárias. Pessoas mal-intencionadas estão sempre de olho nessas informações para aplicar golpes.
- Use senhas fortes e únicas. De uns tempos para cá, muitos sites estão solicitando a criação de senhas longas e que combinem letras maiúsculas, minúsculas, números e caracteres especiais. Por mais que seja cansativo pensar em combinações assim para todo e qualquer cadastro, elas são mais difíceis de serem decifradas. De preferência, crie senhas únicas para cada conta e evite usar informações pessoais óbvias, como datas de nascimento ou nomes de familiares. Se preferir, use geradores de senhas, como o do Avast ou do Norton.
- Ative a autenticação de dois fatores (two-factor authentication, 2FA). A autenticação de dois fatores exige uma segunda forma de verificação após a inserção da senha padrão, como envio de código por SMS, e-mail ou confirmação por meio de um aplicativo de autenticação. A 2FA dificulta significativamente o acesso não autorizado à sua conta, mesmo que a senha seja comprometida.
- Mantenha as atualizações em dia. Se é importante manter o sistema operacional dos seus dispositivos sempre atualizados, o mesmo vale para os aplicativos das redes sociais no smartphone ou tablet. Por menores que sejam, essas atualizações ajudam a corrigir vulnerabilidades de segurança, dificultando a invasão por cibercriminosos.
- Revise as configurações de privacidade regularmente. De tempos em tempos, as plataformas de redes sociais mudam ou atualizam suas políticas e configurações de privacidade. Por isso, fique sempre de olho e aproveite esses momentos para revisar quem pode ver suas postagens, informações pessoais, enviar solicitações de amizade ou te seguir nas redes sociais.
(Fonte: Lucas Galvão é especialista em Cibersegurança, Governança Corporativa e Desenvolvimento e Lideranças e CEO da Open Cybersecurity).