A inteligência artificial (IA) e os criptoativos continuam movimentando os mercados globais e atraindo a atenção de investidores. Paula Zogbi, gerente de Research e Head de conteúdo da Nomad, acredita que essas tendências devem seguir como protagonistas em 2025, ao lado de outras oportunidades em mercados internacionais e no cenário cambial brasileiro.
O boom da IA impulsionou grandes players da tecnologia em 2024. Gigantes como Nvidia (com crescimento de 164% até o momento) e TSMC (75%) despontaram, embora o ETF de semicondutores SOXX tenha registrado ganhos mais modestos (10%), abaixo do S&P 500, que registrou 23%. Apesar das incertezas sobre os preços das ações, Zogbi destaca que há fundamento nos altos múltiplos de empresas ligadas à IA, em contraste com a bolha das pontocom, quando muitas companhias careciam de receitas consistentes.
“A IA ainda pode trazer ganhos de produtividade bem significativos, não apenas para o setor de tecnologia, mas também para áreas como financeiro e varejo. Além disso, a demanda por chips especializados e tecnologias emergentes mantém a relevância do segmento de semicondutores no longo prazo, apesar de desafios como tarifas comerciais e tensões geopolíticas”, explica Paula.
O mercado cripto, amplamente influenciado por notícias e mudanças em regulações, têm perspectivas interessantes, segundo a especialista. A estreia de ETFs de Bitcoin e Ethereum na bolsa americana em 2024 gerou impactos significativos, e a nomeação de Scott Bessent como Secretário do Tesouro dos EUA, além das possíveis novas regulações que facilitem a negociação e a custódia desses ativos, pode ter efeito semelhante no ano que vem, reforçando a perspectiva otimista para 2025.
Além disso, a promessa do presidente eleito Donald Trump, que assume seu novo mandato em 20 de janeiro, de criar uma reserva nacional em Bitcoin, o que poderia representar até 5% de todo o Bitcoin existente, também chama atenção. “Essa medida, se concretizada, geraria uma pressão positiva no preço e consolidaria o papel dos criptoativos como uma classe de investimento relevante no mercado global”, afirma.
O novo governo Trump vem prometendo estímulos ao mercado de capitais e à indústria. Setores como o financeiro e industrial aparecem como favoritos, enquanto a renda fixa americana ganha atratividade com juros acima de 4,5% ao ano, oferecendo previsibilidade e retornos historicamente elevados em dólares. Com isso, a especialista recomenda aos investidores manter exposição à bolsa americana.
. Câmbio e a macroeconomia brasileira – No Brasil, o cenário cambial deve permanecer volátil em 2025, com projeções de dólar próximo a R$ 6,00 ou até acima, caso o cenário não melhore para a dívida pública. A especialista aponta que a política fiscal será decisiva para estabilizar o câmbio. “Precisamos de uma abordagem mais enfática no controle da dívida pública e de uma articulação eficaz entre Executivo e Congresso para evitar um cenário parecido ao de 2015/2016”, alerta.
Com o crescimento do PIB desacelerando de 3,5% para 2% em 2025 e a Selic mantida acima de dois dígitos, o Brasil enfrenta desafios para restaurar a confiança do mercado. Embora os números da atividade sejam positivos, a preocupação com a dívida pública e a inflação domina as discussões econômicas no país.
O próximo ano apresenta um cenário desafiador, mas repleto de oportunidades. IA, criptoativos e mercados internacionais prometem desempenhar papéis fundamentais, enquanto o Brasil precisa de ações concretas para fortalecer sua posição econômica e recuperar a confiança do mercado. – Fonte e outras informações: (https://www.nomadglobal.com/).