As soft skills, também conhecidas como competências socioemocionais, são as habilidades mais necessárias no mercado de trabalho, é o que aponta uma pesquisa do LinkedIn que mostrou que 92% dos recrutadores enxergam nas soft skills uma alta relevância e 89% afirmam que a falta delas é o principal motivo de demissões.
Entre essas habilidades, a arte de saber negociar é apontada como uma das mais abrangentes também na vida pessoal, social e afetiva.
“Saber negociar é uma das habilidades mais importantes e ao contrário do que muitas pessoas acreditam, ela não é um talento nato e sim um aprendizado. É fato que algumas pessoas têm mais facilidade do que outras, porém qualquer um pode se tornar um bom negociador, afinal a negociação faz parte da nossa rotina, do nosso dia a dia”, é o que conta a coach, palestrante e diretora da Febracis Paraná, Daniella Kirsten.
Num processo de negociação buscamos alcançar um, ou mais, objetivos numa situação onde ocorre uma divergência de ideias, interesses e posições. “Muitas vezes a negociação é feita de forma tão natural que passa despercebida. São momentos como uma conversa entre amigos para decidir onde ir num sábado à noite, combinados entre familiares sobre as tarefas domésticas.
Da mesma forma a definição de prazos com o chefe, entre outras situações onde há um processo de persuasão e de tomada de decisões entre duas ou mais pessoas que buscam a solução de um problema em comum ou a troca, barganha, sobre algo. É importante pensarmos sobre esses conceitos, pois assim fica mais fácil trabalhar a negociação e usar as suas técnicas a nosso favor”, explica Daniella.
. Técnicas de negociação – Primeiramente, devemos entender com quem estamos negociando, usando para isso algumas técnicas como a listada no livro “A Estratégia do Oceano Azul”, onde dividimos a fonte de negociação em perfis como: autoritário, controlador, facilitador, empreendedor e visionário.
Mensurando também o quando esses perfis são avessos ou propensos ao risco, sendo que o perfil autoritário é o extremo da aversão ao risco e o visionário o extremo da propensão. O grande trunfo de um bom negociador é saber usar a metodologia da negociação com a finalidade de criar e reivindicar valor competitivo em meio a processos comerciais, pessoais e profissionais, evitando conflitos e criando soluções.
Por exemplo, um interlocutor com um perfil autoritário tende a ser mais controlador e agressivo, além de não tolerar riscos eminentes, sabendo disso fica mais fácil entender como falar e até onde é possível ir numa negociação com esse tipo de pessoa.
Já um perfil visionário, geralmente é uma pessoa que quer mudar algo para melhor, aceitando para isso alguns riscos maiores. Outro ponto importante é entender qual a base da negociação, que pode ser dividida entre: pessoas, interesses, opções e critérios.
Numa negociação é importante saber separar as pessoas do problema em questão, para enxergar a situação com empatia e entender as emoções da outra parte.
Saber qual é o seu real interesse ou o resultado que se quer atingir, vai ajudar a entender quais são as tomadas de decisões em favor do interesse. Ter um leque de opções criativas ajuda a reduzir os impasses das partes.
Além disso é necessário ter critérios claros e impessoais que fomente uma negociação vantajosa para ambas as partes, pois quando uma pessoa percebe que vai sair perder numa negociação, ela tende a se fechar e não aceita o acordo proposto.
Por fim, Daniella conta que também é preciso entender sobre as soft skills da negociação, que são os pontos fundamentais para o sucesso de qualquer negociação, sendo elas:
. Empatia – saber lidar com gente e se colocar no lugar do outro, é fundamental num processo de negociação.
. Proatividade – ter iniciativa para buscar soluções criativas sem atropelar o outro e sem ansiedade.
. Inteligência emocional – ter a capacidade de lidar e controlar as suas emoções é fundamental para uma negociação de sucesso.
. Escuta ativa – importante para demonstrar interesse pela parte envolvida e também identificar objeções e outros pontos importantes na fala da pessoa.
. Persuasão – tática de argumentação que consiste em transmitir uma informação, construindo, ao mesmo tempo, um raciocínio com vantagens e consequências positivas para a negociação.
. Criatividade – numa negociação é preciso pensar rápido para encontrar a solução de um impasse e sair do óbvio pode ser algo assertivo. Para isso é importante desenvolver e treinar a criatividade.
. Ousadia – O negociador(a) tem que saber fazer acontecer, para isso não tenha medo de ser rebelde e tentar mudar as regras do jogo no mercado, porém busque manter a sua autenticidade.
. Capacidade fuçativa – é a capacidade de investigar, fazer perguntas e buscar entender os interesses e a forma de pensar da outra parte. Use a curiosidade a seu favor.
. Calma – importante não demonstrar ansiedade ou afobação. Não deixe que a sua vontade de falar e de conduzir a situação te impeça de ouvir o outro(a) e de buscar soluções assertivas. – Fonte e outras observações, acesse: (https://febracis.com/).