Câmara vai rediscutir federações e janela partidária na próxima semana
O Plenário da Câmara deixou para a próxima terça-feira (26) a definição sobre três pontos da proposta que proíbe as coligações em eleições proporcionais – deputados e vereadores – e estabelece critérios para acesso ao Fundo Partidário e ao tempo para propaganda em rádio e TV A análise desses destaques encerra a votação da proposta de reforma política em segundo turno e permite que o texto seja votado pelos senadores, que terão de discutir a PEC em dois turnos. Os deputados precisam votar novamente se os partidos terão autonomia para definir sobre criação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios. Essa proposta foi objeto de destaque durante o primeiro turno, e o texto foi mantido com o voto de 311 deputados contra 107. O Psol é o autor do destaque para tirar este ponto do texto. Os órgãos provisórios são criados geralmente depois da intervenção do diretório nacional ou estadual e viraram ponto de disputa entre as legendas e o TSE, que deu prazo para a substituição das comissões provisórias por órgãos permanentes. Para o deputado Bohn Gass (PT-RS), há partidos gerenciados praticamente por órgãos provisórios, o que diminui a democracia partidária. “Esse artigo permite que haja dirigentes biônicos nos municípios, indicados permanentemente sem a participação da militância, porque as comissões temporárias são eternas”, criticou. O líder do PP, deputado Arthur Lira (AL), disse que o TSE extrapolou o seu dever ao acabar com os órgãos provisórios. Para ele, cabe ao Legislativo alterar a decisão. DEM, PP e PT pedem agora a votação separada do dispositivo que fecha qualquer possibilidade de “janela” para mudança de partido. O texto diz que inclusive o vice ou suplente que se desfiliar do partido que o elegeu perderá o mandato ou a suplência. A deputada Renata Abreu (Pode-SP) explicou que há acordo para retirada deste trecho, diante da existência de proposta em tramitação que autoriza uma “janela” para mudança de partidos (Ag.Câmara). |
Líder do DEM critica ação do PMDB na busca por deputados do PSBO líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), criticou ontem (21), em Brasília, o movimento do PMDB na busca por deputados dissidentes do PSB que estariam sendo atraídos para aumentar a bancada do Democratas. Assim como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, Efraim considerou que o movimento dos peemedebistas não configura uma posição de aliados. “Não é a demonstração que um aliado espera receber. Infelizmente, essa atitude mesquinha do PMDB acaba trazendo a agenda do partido acima da agenda do Brasil. (…) Essas disputas que deveriam ser entre governo e oposição serem trazidas pra dentro da base aliada só fragilizam a relação. Ao invés de agregar, o PMDB acaba agredindo os aliados”, disse Efraim. Apesar das críticas, o líder não sinalizou claramente se a bancada democrata será orientada a votar a favor da segunda denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República contra o presidente Michel Temer pelos crimes de obstrução de justiça e organização criminosa. O processo com a nova acusação contra Temer e outros integrantes do PMDB deve ser encaminhado pelo STF à Câmara nos próximos dias. “O Democratas vai fazer a análise técnica baseada na lei, nos fatos e nas provas. Não dá pra antecipar qualquer posição até que seja feita a análise”, disse. Para o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), a briga entre os dois partidos pode favorecer o prosseguimento da denúncia. “Essa briga pode favorecer a aprovação da denúncia e o encaminhamento para o STF”, afirmou Delgado. O vice-líder do PMDB na Câmara, deputado Carlos Marun (MS), considera normal o convite feito pelos partidos aos dissidentes do PSB. Ele explica que a decisão dos parlamentares por um ou outro partido está mais relacionada aos interesses da base de apoio nos estados do que com influência do Palácio do Planalto. “O PSB é um partido que tem divisões explícitas e valorosos parlamentares. É natural que alguns deixem o partido, diante dessa grande divisão.Também é natural que os partidos disputem a filiação deles”, declarou Marun (ABr). Crime de molestamento sexual poderá ser criado no Código PenalO crime de molestamento sexual pode passar a ser previsto no Código Penal. Essa foi a resposta sugerida pela senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) depois que uma punição leve foi aplicada pela Justiça a um homem que ejaculou sobre uma mulher dentro de um ônibus em São Paulo. A criminalização desse tipo de prática está em projeto da peemedebista, pronto para votação final na Comissão de Constituição e Justiça. A proposta define como crime de molestamento sexual “a conduta de constranger ou molestar alguém à prática de ato libidinoso diverso do estupro”. Se o ato for cometido mediante violência ou grave ameaça, a pena recomendada é de três a seis anos de reclusão. Caso não haja violência ou grave ameaça, independentemente de contato físico, a pena cai para dois a quatro anos de reclusão. O projeto estabelece ainda novas hipóteses de internação provisória dentro do Código de Processo Penal. Além de prever a medida também nos crimes contra a liberdade sexual, determina a frequência obrigatória do acusado a tratamento ambulatorial, em prazos e condições estipuladas pelo juiz. “É inadmissível que atos violentamente ofensivos e com possíveis graves repercussões para a saúde mental e a autoestima da vítima sejam enquadrados como mera contravenção penal de importunação ofensiva ao pudor, cuja pena prevista é de multa”, contestou Marta na justificação do projeto. Ao recomendar a aprovação do projeto, o relator, senador Armando Monteiro (PTB-PE) ressaltou “a coragem e a firmeza” de Marta em tentar regular um assunto polêmico. E reconheceu a existência de uma lacuna na legislação penal, que impediu a aplicação de uma punição mais rigorosa e adequada ao caso do ato libidinoso no ônibus em São Paulo. “A discussão a respeito de um tipo penal intermediário para os atos libidinosos não equiparáveis em gravidade ao estupro certamente não será perdida. O Parlamento é sabedor que, em algum momento, terá que retomar este importante debate”, acredita Armando (Ag.Senado). Proposta evita duplo registro dos técnicos em enfermagemA Comissão de Trabalho da Câmara aprovou o projeto do deputado Daniel Coelho (PSDB-PE) que dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem. A proposta possibilita o exercício da profissão de auxiliar de enfermagem pelo técnico em enfermagem sem cobrança em duplicidade da anuidade. As atividades dos profissionais técnicos e auxiliares de enfermagem são regulamentadas no Brasil desde os anos 80. Hoje, eles representam 80% dos cerca de 1,6 milhão de profissionais de enfermagem no país, ressalta o tucano. “Esses profissionais estão presentes em todos os municípios, fortemente inseridos no SUS e com atuação nos setores público, privado, filantrópico e de ensino”, diz Coelho. O técnico de enfermagem possui maior qualificação que o auxiliar, por isso ele não deveria ter que se inscrever novamente no Conselho Regional de Enfermagem (Coren) quando tivesse que exercer funções de auxiliar. No entanto, o deputado explica que os técnicos têm sido obrigados a fazer o registro duplo nos conselhos de fiscalização profissional, com o consequente pagamento de duas anuidades. “Não podemos concordar com esse entendimento, uma vez que a habilitação para o exercício profissional de Técnico de Enfermagem abrange também aquelas exigidas para a qualificação do Auxiliar de Enfermagem”, justifica. O PL visa proteger os técnicos de enfermagem que exercem, tanto na iniciativa privada quanto em órgãos públicos, atividades de auxiliar (psdbnacamara). | Crime de molestamento sexual poderá ser criado no Código PenalO crime de molestamento sexual pode passar a ser previsto no Código Penal. Essa foi a resposta sugerida pela senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) depois que uma punição leve foi aplicada pela Justiça a um homem que ejaculou sobre uma mulher dentro de um ônibus em São Paulo. A criminalização desse tipo de prática está em projeto da peemedebista, pronto para votação final na Comissão de Constituição e Justiça. A proposta define como crime de molestamento sexual “a conduta de constranger ou molestar alguém à prática de ato libidinoso diverso do estupro”. Se o ato for cometido mediante violência ou grave ameaça, a pena recomendada é de três a seis anos de reclusão. Caso não haja violência ou grave ameaça, independentemente de contato físico, a pena cai para dois a quatro anos de reclusão. O projeto estabelece ainda novas hipóteses de internação provisória dentro do Código de Processo Penal. Além de prever a medida também nos crimes contra a liberdade sexual, determina a frequência obrigatória do acusado a tratamento ambulatorial, em prazos e condições estipuladas pelo juiz. “É inadmissível que atos violentamente ofensivos e com possíveis graves repercussões para a saúde mental e a autoestima da vítima sejam enquadrados como mera contravenção penal de importunação ofensiva ao pudor, cuja pena prevista é de multa”, contestou Marta na justificação do projeto. Ao recomendar a aprovação do projeto, o relator, senador Armando Monteiro (PTB-PE) ressaltou “a coragem e a firmeza” de Marta em tentar regular um assunto polêmico. E reconheceu a existência de uma lacuna na legislação penal, que impediu a aplicação de uma punição mais rigorosa e adequada ao caso do ato libidinoso no ônibus em São Paulo. “A discussão a respeito de um tipo penal intermediário para os atos libidinosos não equiparáveis em gravidade ao estupro certamente não será perdida. O Parlamento é sabedor que, em algum momento, terá que retomar este importante debate”, acredita Armando (Ag.Senado). CPMI da JBS convoca irmãos Batista e convida JanotA Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS aprovou ontem (21) um convite para que o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, preste esclarecimentos sobre os procedimentos que resultaram no acordo de colaboração firmado entre o Ministério Público Federal (MPF) e executivos da JBS. Além de Janot, a CPMI também aprovou convite para Eduardo Pelella, que foi chefe de gabinete do ex-procurador-geral da República. A CPMI também aprovou as convocações dos irmãos Joesley e Wesley Bastista, donos da JBS, e a do ex-executivo da empresa Ricardo Saud. Também na condição de convocado serão chamados o ex-procurador da República, Marcello Miller, acusado de ter orientado os irmãos Batista, enquanto ainda atuava no MP, para fechar o acordo de colaboração premiada, além do ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Ainda na lista de nomes convidados a prestar esclarecimentos à comissão estão o ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Leonardo Porciúncula Pereira, e Márcio Lobo, advogado da associação de acionistas minoritários da JBS. A comissão tem como presidente o senador Ataídes (PSDB-TO) e como relator o deputado Carlos Marun (PMDB-MS). O foco da CPI mista são as supostas irregularidades envolvendo as empresas JBS e J&F em operações realizadas com o BNDES e BNDESPar. Os depoimentos dos convidados e convocados devem ocorrer na próxima semana (ABr). Destinação de bens apreendidos com traficantes de drogasA Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou, em caráter conclusivo, o projeto que determina que bens fungíveis (que podem ser substituídos por outros de mesma espécie, qualidade e quantidade, como dinheiro, automóveis e armas) e deterioráveis apreendidos com traficantes de drogas deverão se submeter às regras Lei 11.343/06, sendo leiloados ou revertidos para uso da polícia, de órgãos de inteligência e militares que atuem no combate ao narcotráfico. De autoria do deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE), a proposta determina ainda que os imóveis e bens infungíveis (bens exclusivos e insubstituíveis, como obras de arte e objetos raros) apreendidos com traficantes serão revertidos para o Fundo Nacional Antidrogas (Funad) após decisão judicial ou administrativa tomada em caráter definitivo. Atualmente, a legislação permite que bens de valor econômico apreendidos com narcotraficantes possam ser leiloados e os valores revertidos para o Funad. O projeto aprovado dá um tratamento diferenciado para os fungíveis e infungíveis. O parecer do relator, deputado Pastor Eurico (PHS-PE), foi favorável à proposta, na forma do substitutivo da Comissão de Finanças e Tributação, com subemenda de redação. “Há real necessidade de tornar mais ágeis os mecanismos que visam aparelhar o fundo e permitir às autoridades que os bens perdidos para o Estado sejam utilizados em sua nova função legal, a fim de prevenir e combater o tráfico de drogas”, disse o relator. O projeto segue para análise do Senado (Ag.Câmara). |