133 views 12 mins

Política 11/11/2016

em Política
quinta-feira, 10 de novembro de 2016
Relatora da comissão, Kátia Abreu, anunciou que não se trata de uma ‘caça às bruxas’.

Instalada comissão que vai analisar salários acima do teto no funcionalismo

Relatora da comissão, Kátia Abreu, anunciou que não se trata de uma ‘caça às bruxas’.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, instalou, ontem (10), a comissão especial formada por senadores que, no prazo de 20 dias, vai fazer uma análise na folha de pagamentos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário

O objetivo é identificar servidores que estejam recebendo acima do teto constitucional que hoje é de R$33.763,00, valor do subsídio dos ministros do STF.
O presidente da comissão será o senador Otto Alencar (PSD-BA), o vice será Antonio Anastasia (PSDB-MG) e a relatoria ficará com a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), que propôs a criação do colegiado. Renan Calheiros lembrou que os servidores do Senado já estão enquadrados no teto constitucional e considerou ser inadmissível a manutenção do que chamou de ‘super-salários’ num momento de profunda crise econômica.
“Para os agentes públicos é vital aplicar o corte extra-teto para ajudar as contas públicas saírem do atoleiro em que se encontram antes das evocações fáceis de novos impostos. Muito além da austeridade e de bom uso do dinheiro dos impostos, não há como tolerar regalia de qualquer ordem ou desperdícios. É inadmissível que, por falta de vigilância, existam agentes públicos que estejam ganhando mais de R$100 mil e até R$200 mil em salários nas estatais e em outras esferas públicas. Não é admissível, não é sensato”, afirmou Renan.
A relatora da comissão disse que vai conversar com a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, e com o presidente da República, Michel Temer, sobre o assunto. “Não é uma caça às bruxas. Não existe dinheiro do governo, existe dinheiro da população. Essa é uma grande lacuna no país que carece de regulamentação e que permite várias exorbitâncias e distorções”, disse Kátia Abreu.
O presidente do Senado observou ainda que a comissão deverá propor medidas como a desvinculação do subsídio dos ministros de tribunais superiores para evitar o que chamou de “efeito cascata” sobretudo no orçamento dos estados. A regulamentação de benefícios como auxílio-moradia e outras indenizações também deverão ser analisados para que sejam incluídos no abate-teto. “Não faz sentido algum aceitar contrabandos que, pelo acúmulo de benefícios, de funções ou vantagens pessoais, extrapolam o teto”, enfatizou Renan (Ag.Senado).

Devolução de patrimônio tomado durante a II guerra

Sede da Associação Japonesa de Santos, na Vila Mathias.

O Plenário da Câmara aprovou, ontem (10), o projeto que autoriza a União a doar à Associação Japonesa de Santos o prédio ocupado por ela como sede nessa cidade. Como o texto aprovado é uma emenda do Senado, a matéria irá à sanção presidencial. O problema com a posse da sede ocorreu a partir do fim da Segunda Guerra Mundial.
A associação, antes conhecida como Sociedade Japonesa de Santos, surgiu em 1929 para ajudar no ensino dos descendentes de imigrantes que permaneceram em Santos após a imigração do início do século 20. A escola e a antiga entidade funcionavam em um casarão adquirido com o apoio do governo japonês na Rua Paraná, 129, no bairro Vila Mathias, imóvel agora oficialmente doado pela União.
Ddevido à eclosão da Segunda Guerra Mundial e às medidas nacionalistas do Estado Novo a sociedade de então teve de mudar seu nome para Sociedade Instrutiva Vila Mathias para evitar prejuízos à escola da comunidade nipônica. Em 1943, com o Brasil já aliado aos adversários do Japão, os japoneses de Santos foram obrigados a deixar a cidade – considerada área de segurança nacional – em um período de 24 horas. As atividades culturais e educacionais da entidade foram suspensas.
A tentativa de retomar o imóvel começou na década de 50, mas o casarão somente foi reocupado pela comunidade nipo-brasileira em 2006, no âmbito das preparações para a comemoração dos 100 anos da imigração japonesa. Após reformas, foi reinaugurado oficialmente em 2008 pelo príncipe herdeiro Naruhito, durante as comemorações do centenário. Como o texto aprovado é uma emenda do Senado, a matéria irá à sanção presidencial. Agora, a propriedade será transferida definitivamente (Ag.Câmara).

Aprovada regulamentação da profissão de esteticista

O texto permite ao profissional continuar exercendo a atividade se já estiver há dois anos na profissão.

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou ontem (10) proposta que regulamenta a profissão de esteticista. Pelo texto, o profissional esteticista poderá atuar como esteticista e cosmetólogo (nível superior) ou como técnico em estética (nível médio). Foi aprovado um substitutivo do deputado Adail Carneiro (PP-CE). “Após análise dos projetos e de intensos debates com profissionais da área, optamos por utilizar a terminologia esteticista e cosmetólogo para os profissionais de nível superior e de técnico em estética para aqueles de nível técnico”, explicou Carneiro.
A ideia inicial da regulamentação dessas profissões, lembra o relator, partiu da Associação de Cosmetologia e Estética do Ceará. A regulamentação não se aplica aos profissionais de embelezamento e higiene. Ao defender a regulamentação, Carneiro concordou que a aplicação de técnicas manuais, equipamentos, tecnologias e produtos cosméticos envolvem “algum risco potencial à saúde dos clientes”, devendo, portanto, atender a regras específicas.
No caso de esteticistas e cosmetólogos, a regulamentação passa a exigir do profissional diploma de graduação em curso de nível superior com concentração em Estética e Cosmética. Já do técnico em estética a regulamentação passa a exigir diploma de curso técnico com concentração em estética. Em relação a técnicos em estética, o texto abre uma exceção para assegurar o direito de continuar exercendo a atividade a quem já esteja comprovadamente atuando na profissão há pelo menos dois anos. O texto aprovado segue agora para análise do Senado (Ag.Câmara).

Projeto de lei cria nova legislação trabalhista rural

Deputado Nilson Leitão (PSDB-MT).

Projeto instituindo normas reguladoras do trabalho rural, foi apresentado na Câmara. A ideia é criar uma legislação trabalhista moderna para o campo, substituindo o texto da Lei 5889 de 8 de junho de 1973, tendo, portanto, mais de 40 anos de vigência. A principal diferença entre a proposta do deputado Nilson Leitão (PSDB-MT) e o texto em vigor está no alcance da norma.
A lei em vigor tem apenas 21 artigos enquanto o apresentada pelo deputado mato-grossense tem 166 artigos, sendo que o último revoga a lei vigente e a Portaria nº 86 que aprovou a NR-31, Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura, atendida no novo texto.
“Nossa proposta é unificar os diversos temas relacionados ao trabalho rural em um único normativo, observando suas peculiaridades, facilitando o conhecimento da lei para empregadores e trabalhadores rurais, estejam empregados ou não, e garantindo dessa forma a necessária segurança jurídica para o setor”, justificou Leitão.
Segurança e saúde do trabalho, com desdobramentos sobre máquinas, defensivos agrícolas e EPI, jornada extraordinária, cotas para jovem aprendiz e portadores de necessidades especiais estão contemplados no projeto. “As leis brasileiras e, ainda mais, os regulamentos expedidos por órgãos como o Ministério do Trabalho, são elaborados com fundamento nos conhecimentos adquiridos no meio urbano, desprezando usos e costumes e, de forma geral, a cultura do campo”, finalizou o parlamentar (psdbnacamara).

Taxa máxima de juros ao consumidor

O senador Reguffe (sem partido-DF) anunciou ontem (10) que apresentou projeto para limitar as taxas de juros cobradas do consumidor final. Ele propõe que o Comitê de Política Monetária (Copom) seja obrigado a, uma vez por trimestre, além de definir a taxa Selic, definir também a taxa máxima de juros a ser cobrada do consumidor.
Hoje, disse Reguffe, os juros cobrados por bancos e por cartões de crédito são exorbitantes. E citou alguns exemplos que podem ser vistos no site do Banco Central. O Banco Mercantil, por exemplo, cobra 513% de juros ao ano de cheque especial e as taxas de cartão de crédito podem chegar até a 1.360% ao ano, disse ele. Para Reguffe, o poder público precisa fixar um limite para isso.
“O Brasil tem uma taxa Selic de 14% ao ano. 1% a menos na taxa de juros significa uma economia aos cofres públicos com juros da dívida pública de R$ 17 bilhões por ano. Então, se se quer arrumar recursos, um caminho é reduzir as taxas de juros. Agora, ela não pode ser feita por decreto, porque se reduzir a taxa Selic por decreto vai acontecer o que aconteceu no Brasil e implodiu a inflação. Taxa de juros tem que ser reduzida de forma sustentável, reduzindo também os gastos públicos”, afirmou o senador (Ag.Senado).