Integrantes da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro afirmaram na terça-feira (19) que o doleiro Dario Messer pediu ao então presidente do Paraguai, Horacio Cartes, US$ 500 mil para pagar despesas advocatícias após a deflagração da Operação Câmbio, Desligo, em junho do ano passado. Cartes teria enviado o valor para Messer por meio de intermediários.
A 7ª Vara Federal Criminal do Rio decretou a prisão preventiva de Cartes, investigado na Operação Patrón, desdobramento da Operação Câmbio, Desligo, por corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa, em esquema envolvendo Messer, também um dos alvos de prisão da operação deflagrada nesta terça-feira.
“Cópias de mensagens de WhatsApp atestaram o auxílio de autoridades paraguaias e outros cidadãos para Messer ficar foragido ora no Paraguai, ora no Brasil. Por esses dados constatou-se que a organização criminosa disponibilizou pelo menos US$ 2,5 milhões a Messer. As apurações revelaram que Cartes teria enviado US$ 500 mil para o doleiro, a quem se referiu como “hermano de alma”, após sua fuga para o país que ele governava até agosto do ano passado”, informa nota do MPF.
O ex-presidente paraguaio e atual senador é um dos nove procurados fora do Brasil da Operação Patrón. Dos 20 mandados de prisão expedidos, oito de prisão preventiva e três de prisão temporária foram cumpridos. “A participação do ex-presidente do Paraguai está bastante clara. No mínimo, como alguém que financiou uma organização criminosa em determinado momento”, disse, em entrevista coletiva, o procurador regional da República, José Augusto Vagos (ABr).