A Finlândia e a Geórgia registraram a entrada de milhares de russos que fugiram do país nos últimos dias por causa da mobilização parcial de reservistas para combater na Ucrânia anunciada pelo presidente Vladimir Putin. A Guarda de Fronteira finlandesa, que se chama Rajavartiolaitos, informou na última segunda-feira (26) que pelo menos 7.743 russos entraram no país escandinavo através da fronteira terrestre.
“O tráfego continua pesado, mas caiu desde o pico evidenciado no último fim de semana: a maioria dos que entram vai para outros países”, informou as autoridades locais. A Geórgia, por sua vez, confirmou que as chegadas de cidadãos russos ao país dobraram para 10 mil por dia depois da mobilização anunciada por Putin. Entre outros países envolvidos no caso, a Letônia está bem perto de declarar estado de emergência nas proximidades da fronteira com a Rússia, segundo informações do ministro do Interior letão, Kristaps Eklons.
O político informou que a situação não desperta muita preocupação, mas a possível declaração de estado de emergência poderá dar ao país maior liberdade de circulação e intervenção da polícia local. Em uma tentativa de conter a imigração ilegal, uma medida semelhante foi introduzida no ano passado em cidades próximas da fronteira entre a Letônia e Belarus. O Cazaquistão, por sua vez, confirmou que vai garantir assistência e segurança aos russos que estão fugindo da mobilização parcial. A ação do país foi definida como uma “situação sem esperança”.
“Recentemente, muitas pessoas da Rússia vieram para cá. A maioria delas é forçada a sair devido à situação desesperadora. Devemos cuidar delas e garantir sua segurança”, disse o presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, citado pela imprensa russa. No último sábado (24), Putin assinou um pacote de emendas ao código penal relativo ao serviço militar. A nova medida diz que a deserção dos soldados ou o não comparecimento ao serviço militar é punível com pena de prisão de cinco a 10 anos, assim para aqueles que voluntariamente se renderem ao inimigo (ANSA).