Marcus Trujilho (*)
Todos nós já tivemos algum contato com o universo dos games, ou jogos digitais. Seja porque gostamos de jogar no celular, no videogame, no computador ou porque temos filhos, sobrinhos, netos, que amam essa diversão. A expressão do título, inclusive, é bastante comum nos jogos e significa ter mais poder ou mais força para seguir em frente.
Nascidos no final da década de 70, os games hoje fazem parte do cotidiano de bilhões de pessoas em todo o mundo, incluindo aqui no Brasil, onde já somos quase 80 milhões de jogadores, o equivalente a mais de um terço da população. Mas os jogos já são muito mais do que simples passatempos, (como na época do Solitaire ou Minesweeper, do Windows), ou pura diversão (como os animados jogos do Nintendo Wii). Hoje, os jogos digitais são ferramentas de ensino para crianças, jovens e adultos, nos mais diversos campos, e são ferramentas de disseminação de cultura, com títulos que incluem narrativas das tribos Inuit, do Alasca, ou com histórias que se passam no sertão da Bahia da virada do século XIX para o XX.
Mas além de todas as incríveis formas de aplicação dessas novas tecnologias, os jogos são também grandes oportunidades de negócios para todos os extratos da população e de formas que inicialmente não pensamos.
Nos acostumamos a pensar em negócios com jogos como sendo a venda dos games como produtos, ou como plataforma de mídia onde circulam irritantes anúncios de todo tipo de conteúdo. Mas os jogos e tudo o que os circunda, como os jogadores, os desenvolvedores, eventos, campeonatos de esportes eletrônicos (e-sports) e muitas outras atividades trazem possibilidades de negócios que podem ser tão simples quanto os food trucks, que povoam feiras e torneios, quanto sofisticadas, como ferramentas de análise de dados comportamentais de jogadores, para entender e prever comportamentos de consumo de refrigerantes e energéticos.
Vamos olhar algumas possíveis profissões e tipos de negócios que podem buscar, no mundo dos games, formas diferenciadas de fazer dinheiro. Hoje, são comuns os eventos de cosplay, uma forma de expressão artística popular em que as pessoas vestem-se como suas personagens preferidas, como se fosse uma festa à fantasia. Essas personificações baseiam-se muito em jogos digitais como Mario Bros ou Counter Strike e hoje, profissionais como costureiras e cabeleireiros já perceberam esse nicho de mercado e conseguem faturar alto com criações exclusivas para esses clientes. Também já há diversos buffets infantis que enxergaram o potencial desse mercado e criaram temas de festa baseados em jogos como Free Fire, League of Legends, Sonic ou Tomb Raider. Ou ainda há as lojas de pequenos souvenirs, memorabilia (bonecos e miniaturas de ícones desse universo geek) e muitos outros produtos criados a partir do universo gamer e que viram chaveiros, canecas, camisetas, posters e tudo o mais que se consiga imaginar.
É claro que ter um produto com o licenciamento oficial de algumas franquias famosas pode ser muito caro ou de difícil negociação e, muitas vezes, ambos. Mas com um pouco de observação e criatividade você pode encontrar elementos que remetam a determinado jogo, sem que isso fira direitos autorais ou engane os consumidores. Criar um novo traje para um jogo que as pessoas reconheçam como tal, mas que não existe de verdade no jogo pode ser uma opção. Ou mesmo inventar paródias de jogos conhecidos podem ser alternativas seguras, divertidas e criativas para se entrar nesse universo.
As possibilidades são infinitas. Prestando atenção no que está fazendo sucesso entre os jogadores e procurando encontrar pontos de conexão com o seu negócio, não tenho dúvidas de que muitas ideias e soluções surgirão para a criação de novos produtos ou serviços ou mesmo pra dar um up naquele negócio que está meio parado.
Fique de olho nos joysticks, celulares e computadores próximos. Seu novo negócio ou produto de sucesso pode estar por perto.
(*) É Membro dos Empreendedores Compulsivos, Profissional de Marketing com 20 anos de experiência em gestão de Produtos e Marcas como Sony, Nissan, Samsung, Pirelli e MetLife. Co-fundador do Pto de Contato, 1º espaço brasileiro de Coworking e da BOOST Consulting, consultoria para o mercado de Games. Siga-nos no Insta, Face e Linkedin: @empreendedorescompulsivos.