Renato Martinelli (*)
Uma aventura está prestes a ter uma nova etapa. Após passar por desafios, solavancos, conquistas e aprendizados até o trecho da trilha que você percorreu, o caminho que vem pela frente ainda reserva surpresas, expectativas e um componente do desconhecido, que pode ter variações de clima, temperatura e humor.
No começo dessa jornada, mais pessoas estavam com você, para te ensinar, mostrar o caminho, dar orientações sobre direção, perigos e descobertas interessantes que poderiam acontecer durante sua aventura. Com o passar do tempo, ao longo do percurso, parte das pessoas deixa de caminhar com você, seja por acreditarem que você já é autossuficiente para dar os próprios passos, seja por terem outras prioridades nesse tempo paralelo ao seu. Outras pessoas surgem no seu caminho, algumas ficam pouco tempo, outras seguem contigo mais adiante. Sob sol e chuva, frio e calor, você percebe cada vez mais que a trilha é sua, só sua, de mais ninguém.
A narrativa poderia ser de um grande aventureiro ou esportista, uma pessoa acostumada a lidar com os desafios de uma trilha em uma mata fechada no meio da floresta, ou um alpinista, contando parte de sua história ao tentar chegar ao topo de uma montanha. Contudo, no mundo dos negócios, a selva empresarial pode ser ainda mais desafiadora para muitos profissionais, mesmo experientes. A trilha de carreira a ser percorrida pode até parecer clara no momento do planejamento, mas alguns fatores podem trazer maior complexidade para o percurso:
• A previsibilidade em relação ao futuro (da carreira, dos negócios e da empresa)
• O senso de pertencimento (em relação ao propósito, aos valores e as metas corporativas)
• As interações humanas (relações interpessoais que se desenvolvem no e pelo trabalho)
• A atitude de protagonista (sobre si e perante os desafios)
Dessa forma, preciso trazer algumas questões para ajudar nas reflexões significativas para seu plano de carreira.
Em uma empresa com estrutura e processos de Recursos Humanos, é de se esperar que a organização tenha um planejamento para um possível caminho de crescimento. Até porque, se as pessoas são o principal ativo da organização, é minimamente recomendável que se faça um mapeamento para planejar o processo sucessório das lideranças. Há pessoas que reclamam da empresa onde trabalha, dizendo que lá não tem plano de carreira.
Vamos voltar para a aventura? Ou a trilha é sua e você faz o que pensa que deve fazer no seu roteiro, ou vai de excursão para o destino desejado, seguindo um grupo de pessoas na mesma direção. A excursão dá menos trabalho, não precisa planejar nada, só pagar e fazer a programação montada igual para todo mundo. Agora, te pergunto: os seus objetivos profissionais são iguais aos de todo mundo, da maioria, ou seu objetivo é só seu? Será que o plano da empresa para você é o mesmo plano que você tem para você mesmo? Você pode ter pessoas para te apoiarem e orientarem, como mentores e profissionais que você se inspira, mas cabe somente a você a escolha do caminho a seguir, a tomar as decisões desafiadoras e necessárias na sua aventura chamada carreira profissional. Tenho certeza de que você terá aprendizados e conquistas tão significativos que te fortalecerão ao longo da jornada. Por aqui, te desejo vontade e coragem para traçar sua própria aventura. Ah, não se esqueça de aproveitar o caminho, o destino final é só uma parte da jornada.
(*) É membro dos Empreendedores Compulsivos, Trainer de Comunicação, Propósito e Performance, e tem como foco ajudar pessoas a desenvolverem competências de comunicação para potencializar engajamento e resultados com equipes e clientes. Possui mais de 20 anos de carreira, agrega experiências e conhecimentos em empresas nos setores de Agronegócio, Automobilístico, Alimentos e Bebidas, Comércio, Construção, Farmacêutico e Químico, Financeiro e Seguros, Papel e Celulose, TI e Telecom, Varejo. É especialista em temas relacionados à Comunicação, Liderança, Gestão de Equipes de Alto Desempenho e Gestão de Conflitos, Vendas, Negociação e Articulação de Soluções.