Dias atrás o professor Antonio Kubitscheck ganhou notoriedade com a aplicação de uma questão em uma prova de filosofia em escola pública de Taguatinga, no Distrito Federal
Ei-la: “Segundo a grande pensadora contemporânea Walesca (sic) Popozuda, se bater de frente…”, propõe a questão, seguida das alternativas: a) “É só tiro, porrada e bomba”, b) “É só beijinho no ombro”, c) “É recalque” ou “É vida longa”.
Instado a respeito, o professor-filósofo disse que com isso só queria chamar a atenção dos alunos e fazê-los pensar. Um colega dele, professor na Capital da República, recorreu a Sócrates, dizendo que o grande filósofo (neste caso era mesmo!) grego “também” gostava de ironias pra chamar a atenção sobre seus discursos…
Entretanto, nem tudo foram flores e pensamentos longínquos neste caminhar. Mais que os elogios à iniciativa, sobraram “tiros, porradas e bombas” pra cima da definição de Valeska como “pensadora”, e do professor que carrega o mesmo nome do fundador de Brasília.
É jornalista, com extensão em Meio Ambiente pela ECA-USP; pós-graduado em Comunicação e Relações com Investidores pela FIPECAFI (FEA-USP), diretor da Virtual Comunicação, membro da Comissão Brasileira do Relato Integrado e palestrante.
Agora pare e pense. Quantas vezes semelhantes iniciativas acontecem em uma organização empresarial? O CEO pensa uma coisa, o Depto. de Marketing interpreta outra e recriam esse pensamento, alguns funcionários aplaudem e outros criticam – enquanto parte fica em `cima do muro` – e, no final, S. Excia. o consumidor fica sem saber em que capítulo da história será chamado a ser protagonista.
Valeska à parte, exemplos abundam. Na indecisão, esse consumidor castigado pela dúvida muda de prateleira e abandona o produto de confusa mensagem.
Por isso em minhas palestras sobre Comunicação Estratégica gosto de dizer o seguinte: “Se um filho teu sofre uma convulsão e começa a passar mal, você corre para um médico ou chama uma benzedeira? Ou, caso tenha de fazer uma cirurgia eletiva, no coração, você busca um especialista ou serve o residente do PS mesmo?” Pois, com a comunicação é a mesma coisa.
Então preste atenção: antes de botar o bloco na rua, a filosofia da empresa, ou de um determinado produto/serviço, precisa ser discutida e entendida por todos os envolvidos no processo. Do contrário, o enredo pode virar samba-enredo e a rima pode dar medo, virar arremedo e levar ao degredo.
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Rebeca Toyama
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