Eu tinha vinte e poucos anos quando ouvi a seguinte frase de um colega de trabalho: “Calma Eduardo… Na vida, até os 30 anos a gente ganha conhecimento, depois dos 30 é que ganhamos dinheiro”. Mais conceitual do que prática, a frase enseja uma lição valiosa para os infelizes filhotes da Geração Y
O dinheiro surgiu da necessidade de uma unidade comum de troca, substituindo o escambo que era praticado entre as pessoas. Era necessário algo que fosse igualmente útil e escasso, e que servisse como meio para que todos pudessem falar a mesma língua no momento de trocar aquilo que tinham.
O gado foi um dos primeiros elementos a cumprir este papel.
Era útil como meio de locomoção e também alimento. Daí a palavra capital, que vem de capita, ou cabeça (de gado).
Posteriormente foi o sal quem cumpriu o papel. Era escasso e servia para conservar alimentos. Daí a palavra salário. E a história caminhou até chegar aos metais, que através de sua escassez e durabilidade permaneceram até os tempos modernos como moeda de troca de bens entre as pessoas.
Eduardo Moreira
Autor de Encantadores de Vidas, O Encantador da Montanha e Investir é Para Todos.
Ganhamos dinheiro, sempre, em troca de algo. Em nossos trabalhos, esse “algo” é inevitavelmente um dos dois: ou nosso esforço ou nosso conhecimento. Pois eis que surge uma geração, nomeada de Y, que iludida por exemplos estatisticamente irrelevantes como os dos criadores de sites e aplicativos bilionários, anseia fazer seu primeiro bilhão e escrever sua história como profissional durante os primeiros anos de sua carreira. Não farão! Pelo menos estatisticamente não. Por um simples motivo. O dinheiro que ganharão durante a carreira será sempre fruto da troca por algo que tenham. Se pouco tem, não deveriam esperar tanto em troca.
Passam então a ser jovens frustrados. Curiosamente, porém, por não terem atingido algo que não deveriam mesmo atingir. E desperdiçam assim o filet mignon de suas vidas. A fase áurea, linda e plena. Aquela onde tem mais disposição, saúde, amigos. E na busca frenética por resultados acabam não tendo tempo para acumular conhecimento. E depois nada terão para trocar por dinheiro. Tida como uma geração revolucionária e transformadora, vejo a Geração Y como uma patologia de uma sociedade que cresceu sob o excrescente paradigma de ter o dinheiro como fim e não como meio. Torço para que possam redescobrir que a vida é o caminho. E o conhecimento são as pegadas que nele ficam.
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Rebeca Toyama
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Coordenação: Lilian Mancuso e Rebeca Toyama