A partir de 1978, a expressão “auto sabotagem” começou a ser usada, criada pelos psicólogos Steven Berglas e Edward Jones. O conceito já é antigo, Freud já falara sobre isso
Acabou entrando para a psicologia clássica, como sendo a repetição de pensamentos e comportamentos, que nos impede de atingir o que queremos.
Beth Navarro Psicóloga, com especialização em Ps. Transpessoal e Pós Graduação em Constelação familiar.Coaching – Mentoring – Workshops: Orientação Individual e em Grupo. |
Será?
Proponho um novo olhar para a tão discutida e combatida auto sabotagem ou auto boicote.
Muitas vezes nos encontramos em situações que precisam ser olhadas e pensadas de vários ângulos para que tenhamos a real certeza – embora possa não ser a certeza “mais certeza”…
Mesmo assim, pensando a respeito o mais profundamente que podemos naquele momento, tomamos uma decisão: ainda não é a hora, ou isso não é para mim! Pronto: lá vem a galera dizendo que você está se auto sabotando…
Muitas vezes, e eu posso garantir que a maioria das vezes, nós estamos apenas e tão somente tendo uma atitude de auto respeito e autopreservação e não estamos nos sabotando coisa nenhuma.
RESPEITO por nós mesmos! Já ouviu fala? Já lhe ocorreu “pensar duas vezes” antes de dar uma resposta?
Já aconteceu de você “pesar os prós e os contras” de uma promoção, por exemplo, e decidir abrir mão dela em benefício – e não em detrimento – de seus interesses pessoais?
Já saiu de um emprego, mesmo com possibilidade de fazer carreira no local, para ir atrás da realização de um desejo pessoal?
Já deixou de ir a uma festa pelo simples fato de não estar com vontade de ir, não por não saber se portar, por achar que sua roupa não estaria adequada… só não ter vontade…simples assim. Sabe aquele dia que estamos felizes em nossa companhia, sem nenhum problema, sem nenhum trauma de infância?
Quase nunca, nessas situações, você está contra si. Pelo contrário. Está se respeitando, respeitando sua emoção, ouvindo sua alma, mesmo que aparentemente sua atitude possa parecer ilógica, principalmente quando foi movida por sua intuição, amiga sincera, acolhedora e sempre certa.
Nessas situações, você está a seu favor, e não sob o jugo de expectativas grupais — família, empresa, grupo social a qual pertence, enfim… Muito provavelmente seu inconsciente está te protegendo, te ajudando a evitar isso que pode já estar te martirizando ou poderá vir a te chatear ou mesmo fazer sofrer.
Você está “dando um tempo” para se fortalecer e ir à luta, ou recomeçar, ou reconstruir, ou refazer.
Sabe que nome tem isso? Auto-respeito.
Sabe o que está acontecendo quando você age assim? Você está saindo da normose(**), você está deixando de fazer o que todo mundo faz, sem nem mesmo questionar ou saber porque está fazendo.
Onde tem auto sabotagem aí? Tem é saúde! Saúde psicológica e das boas!
Não troque os nomes das coisas para se sentir diferente. Medo é medo, insegurança é insegurança, auto respeito é auto respeito.
Se você tem medo ou insegurança…bem, isso já é uma outra história que fica para uma outra vez.
(**) Normose é um conceito de filosofia, forjado por Jean Yves Leloup e Roberto Crema. A normose pode ser considerada como o conjunto de normas, conceitos, valores, estereótipos, hábitos de pensar ou de agir aprovados por um consenso ou pela maioria de pessoas de uma determinada sociedade, que levam a sofrimentos, doenças e mortes.