Reinaldo Moura (*)
Os tempos ainda estão difíceis
Sendo assim é melhor deixar de lado a conhecida frase da música “Deixa a vida me levar”, famosa na voz de Zeca Pagodinho e que embalou um país onde deixaram tudo se levar e agora temos que correr atrás do prejuízo.
Estamos nesse momento precisando de atitudes e principalmente de um descolamento da política e da economia. Já é agosto de um ano em que a depressão se consolidou após um longo período de crises e recessões. Se nada fizermos, já estaremos em 2018 e continuar buscando a causa raiz dessa crise (tal qual em 1929, trouxeram efeitos arrasadores à economia) será chover no molhado.
A crise política atrapalhou toda e qualquer possibilidade de crescimento e a situação econômica do País só não foi pior graças ao bom desempenho, com índices positivos e sazonais do agronegócio. Até o comércio sentiu os efeitos da pior crise dos últimos 100 anos, uma vez que o cliente sumiu! Está endividado, comprando, principalmente, pelo e-commerce, mas a demanda não chega na produção.
Busquem por notícias sobre expansões, investimentos ou qualquer tipo de índice de crescimento em qualquer segmento da atividade econômica. Será bastante difícil de achar, são raras e honrosas exceções, uma vez que o mercado ainda está retraído, esperando, todos os dias, pelo que vai acontecer na política e, consequentemente, na economia.
Um raro exemplo de um desses negócios que vão bem são os Galpões Logísticos, que não estão em crise, ou seja, são bem feitos em local de fácil acesso e mais cedo do que se imagina vem o “flight to quality”, que é uma mudança no tipo de investimentos perseguidos pelos agentes do mercado em períodos de crise ou instabilidade econômica.
Sendo assim, nesses períodos, investidores preferem “mover” seu capital para ativos considerados mais seguros e vender ativos mais “arriscados”. Podem ser exemplos de “flight to quality” a troca de investimentos em ações de empresas por títulos do governo ou ainda a venda de ativos em países mais instáveis para economias mais sólidas e menos voláteis.
O restante do mercado espera pela recuperação, o Banco Central, na pessoa de seu presidente, Ilan Goldfajn, afirma que a economia brasileira, embora fraca, está em recuperação e tem previsão de crescimento de 2% para 2018. Mas será que podemos esperar até lá? A resposta é não! Precisamos, mesmo que devagar, procurar nosso crescimento e, consequentemente, o crescimento da economia nacional.
De acordo com nossa filosofia: “Algo tem que ser feito, parado é que não se pode ficar”.
(*) – Engenheiro e mestre em Ciências e Engenharia de Produção pela Poli/USP, é fundador do Grupo IMAM entidade dedicada ao treinamento de curta duração.