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Recuperação do emprego: como se preparar para voltar ao mercado de trabalho

em Opinião
sexta-feira, 27 de abril de 2018

Marcia Cristina Avelar (*)

A economia brasileira vem melhorando aos poucos nos últimos meses

Uma pesquisa feita pelo Itaú Unibanco, assinada pelo economista chefe da instituição, Mário Mesquita, aponta a projeção de queda dos atuais 12,6% de taxa de desemprego, para 11,7% até o fim de 2018, e de 10,7% para 2019. De 1% em 1%, as previsões são otimistas. O PIB desse ano está previsto para 2,6% de crescimento, de acordo com o Banco Central. De 2017 para 2018, a economia se expandiu 1%.

São números ainda modestos, mas positivos. A perspectiva de melhora deve retirar milhões de brasileiros de uma situação extremamente complicada. Porém, a recuperação deverá ser lenta e gradativa. Ou seja, ainda haverá muito mais oferta de profissionais do que de vagas. Nesse cenário de alta competitividade, como se diferenciar? Que profissionais serão privilegiados pelas empresas que estão voltando a contratar? Como se tornar um deles? É isso que quero ajudar a esclarecer.

Estar desempregado nunca é fácil, sempre surge uma mistura de sentimentos, sobretudo quando ocorreu uma demissão. Contudo, esse é um momento oportuno para se reposicionar e aproveitar as experiências que poderão facilitar – e muito – a recolocação. A primeira delas é manter-se em movimento. Estudar e investir em atualização é fundamental. Isso também é importante para se estabelecer novos relacionamentos que podem resultar em indicações, o famoso networking.

Os estudos podem ser dentro da sua área, em uma especialização, ou até mesmo em novas línguas. Idioma é um grande diferencial no Brasil, pois o numero de candidatos com fluência é muito baixo. É importante ressaltar que existem muitos cursos gratuitos e conteúdos sem custo na internet, e até mesmo em instituições. Basta pesquisar. Sabemos que com a renda curta, sobra pouco para investir em si mesmo, mas há maneiras de fazer isso sem gastar suas reservas.

Dependendo da sua área de atuação, manter um bom portfólio também pode ser decisivo para o recrutador. Os resultados passados sempre chamam a atenção das empresas, pois elas sabem que podem esperar boas coisas daquele profissional. Outra importante dica, que pode parecer meio óbvia, é sempre manter seu currículo atualizado. É interessante que toda essa movimentação seja registrada devidamente – sobretudo se você utiliza várias plataformas de busca de vagas, como consultorias, sites e até na entrega pessoalmente.

Online ou off-line, busque participar de grupos de interesse e de influência, sobretudo em redes sociais como o LinkedIn. No quesito offline, veja se consegue frequentar eventos do segmento em que atua. Eles oferecem conhecimento e até mesmo certificações que ampliarão seu currículo – sem contar no relacionamento intensificado com profissionais da sua área.

Hoje as empresas se preocupam muito se o candidato terá “aderência” à empresa. Elas buscam pessoas com engajamento, vontade de crescer, dinamismo e interesse. É por isso que o comportamento é tão importante quanto a experiência, e ajuda a destacar o profissional. Uma das competências que mais se busca atualmente é se o candidato tem senso de “dono”, confiança e capacidade para cumprimentos de prazo.

Por fim, é interessante buscar também conhecimento em outras áreas. Muitos profissionais têm recorrido, por exemplo, ao teatro, arte e dança para desenvolver a comunicação verbal e corporal. Os projetos sociais também ajudam muito no desenvolvimento de liderança, trabalho em grupo e engajamento. Essas atividades incentivam a criatividade e podem te ajudar a se destacar na hora de uma entrevista.

Esteja bem preparado e vá em busca de sua recolocação profissional.

(*) – É Diretora de DHO da NVH Talentos Humanos, uma empresa do Grupo NVH (http://nvh.com.br/ 2017/talentos/)