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O metaverso vai mudar a maneira como socializamos

em Opinião
terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Tonico Novaes (*)

Vestígios do Metaverso já fazem parte do nosso ecossistema digital, mesmo sem nos darmos conta disso.

Imagine que a necessidade de estar próximo, mesmo em tempos de isolamento, seja suprida ou complementada pela possibilidade de interagir virtualmente com pessoas e objetos em ambientes virtuais, criados a partir de soluções tecnológicas que emulem com perfeição a realidade que conhecemos e estamos habituados.

Não se trata apenas mais de bater um papo no chat, assistir a uma live ou compartilhar vídeos e fotos, mas ter uma experiência de convívio de fato em outra dimensão. Pois essa transformação digital, que podemos classificar como um ‘novo marco’ na era da Internet, já está acontecendo e é certo que com a universalidade do 5G, vai revolucionar, mais uma vez, nossos conceitos sobre convergência e interatividade.

Para aqueles que dizem se tratar de apenas mais uma panaceia marqueteira com elementos de teoria evolutiva futurista, posso afirmar que vestígios do Metaverso já fazem parte do nosso ecossistema digital, mesmo sem nos darmos conta disso, e os próximos capítulos dessa história mudarão radicalmente a maneira como nos socializamos em todos os sentidos.

Você acredita mesmo que estamos tão distantes desse mundo? Na verdade, essa tão comentada e discutida internet do futuro já existe e pode ser percebida de diferentes formas. As referências mais conhecidas desse múltiplo universo estão presentes nos games de realidade virtual como o Second Life e o Avakin, por exemplo.

Mas, para se ter uma ideia melhor das possibilidades, junte a isso as funcionalidades da inteligência artificial utilizadas como ferramenta de evolução em inúmeros segmentos da cadeia produtiva e aos gadgets de realidade virtual, além da diversidade de dispositivos conectados à internet das coisas que dão sustentabilidade às smart cities, e teremos um panorama mais claro da revolução a qual já estamos imersos.

Calma, não é só isso. O Metaverso vai além, pois funciona como uma conversão de elementos que se conectam para trazer ao usuário uma experiência mais completa. Estamos diante de uma rede de ambientes virtuais em 3D mais imersiva e colaborativa que permite às pessoas (ou melhor, avatares) uma interação multidimensional entre si e com objetos digitais. Entretanto, é preciso que exista uma mixagem entre a realidade aumentada e a realidade atual para termos, de fato, o Metaverso que gere sensações únicas para as pessoas.

A National Retail Federation, federação que representa o varejo americano, promove anualmente o evento Retail Big Show. Na edição deste ano, o Metaverso é um dos temas recorrentes durante as palestras. Por ser uma tendência e ter ganho força neste período pandêmico que estamos vivendo, o Metaverso atrai marcas e consumidores para o mundo virtual.

Segundo dados apresentados na NRF 2022, apenas 38% dos consumidores globais afirmaram ter ouvido falar do termo Metaverso, entretanto, temos visto o digital redefinir às relações de consumo, na qual 62% dos usuários disseram que se sentem mais próximos ao interagir com uma marca digitalmente. Já 85% das pessoas relataram que a presença digital será essencial para que uma marca seja bem-sucedida no futuro.

O trabalho, o lazer, a diversão e o aprendizado nunca serão mais como antes. Imagine o número de possibilidades que teremos, incorporando recursos que podem se estender a métodos educacionais virtuais mais interativos, advergames mais simplificados e ferramentas corporativas para integração dos espaços presenciais das sedes empresariais aos home offices de colaboradores ao redor do mundo. Isso, só para citar algumas.

Como não poderia deixar de ser, o universo Campus Party já foi impactado por essas ideias, como nas últimas edições digitais, onde palestrantes e campuseiros puderam compartilhar sensações e experiências no Campus Verso, plataforma desenvolvida em parceria com a Benkyou, com modelagem em 3D de alguns ambientes físicos do evento.

Durante a pandemia, à propósito, os eventos digitais tiveram que cumprir um papel ainda mais agregador, conectando pessoas de todos os cantos do mundo e expandindo relações, em contraposição às restrições de convívio presencial. Agora, com um pouco mais de liberdade para sair de casa em segurança, podemos aprofundar ainda mais essas experiências, construindo experiências híbridas definitivamente sem fronteiras.

(*) – É CEO da Campus Party Brasil.