Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)
Muitos países, com exportações em nível inferior aos seus compromissos em dólar, acabaram se tornando dependentes de financiar seus déficits nas contas externas.
Um novo choque nos juros americanos certamente trará consequências nas cotações do dólar que afetarão as contas e os bolsos da população. Isso também vai afetar o volume de importações o que poderá causar algum embaço às exportações chinesas. O que realmente tem acontecido por aqui?
A economia vem se arrastando há décadas enquanto 64 mil ocupantes de cargos eletivos não estão cuidando do que deveriam, resultando no atraso na educação, no saneamento básico e na saúde do povo, no maior endividamento do país em mais de 80% do PIB, na indústria capengando e nas estatais esbulhadas. Esse repertório seria suficiente para provocar uma guinada de seriedade na gestão pública. A população despreparada está insensível. Urge resgatá-la para uma vida digna.
Nos anos 1980/90 quando o Brasil tinha elevada dívida externa, a prioridade para o país era pagar a dívida à custa de seu presente e futuro. O dólar tinha elevado valor e grande parte produzida era exportada. O governo comprava os dólares dos exportadores e pagava dívida, mas para isso tinha que emitir e inflacionar. Para debelar a inflação foi adotada a dolarização, e o Real valeu um por um e icnlusive menos até quando deu. Com isso, especuladores ganharam muito na virada.
Já o país ganhou atraso. O grande desafio é saber como recuperar a indústria e a expertise da mão de obra num mundo globalizado e de portas abertas. Pelo mundo, vão surgindo tiranos em profusão nos Estados, nas organizações, nas religiões e nas famílias, dando vazão ao seu desejo de ter poder sem limites, sem qualquer contestação, inibindo os anseios para construir um mundo melhor, o que só seria exequível com liberdade e responsabilidade.
Mas como eles estão presos à baixa cobiça, à vaidade e ambição, ao domínio pela força, acabam inibindo o livre olhar para o Alto e o anseio pelo aprimoramento da humanidade. O Estado nacional democrático tende a perder espaço, mas não há ideia de como será o arranjo entre o poder financeiro ocidental e o poder produtivo da Ásia, nem como será o mundo do trabalho e do provimento de subsistência condignamente humana.
Enfim, como será o futuro da humanidade com as transformações derivadas da Quarta Revolução Industrial em sua incessante busca de ganhos por meio da introdução de ampla automação. Muitos fatores foram atropelados pelo descuido dos homens com o futuro, que com seu imediatismo têm dirigido o mundo para a decadência. A espécie humana não deveria ter decaído tanto, a ponto de hoje as novas gerações não enxergarem horizontes de esperança e de progresso.
O desastre começa nas prefeituras e se alastra pelos Estados até Brasília. Décadas de descuido favorecendo as absurdas taxas de juros praticadas. Para onde foi o dinheiro? Se o governo pagou salários e aposentadorias, esse pessoal consome. Mas onde está o consumo? Se o pessoal não consome, mas poupa, onde está a poupança? Obras? Mania de fazer coisa grande; pois é lá que está a chance de sobrefaturar e engordar o caixa dois. Um preocupante alarme vem dos institutos de previdência dos municípios, muitos deles com parte do pecúlio estagnado em títulos podres.
O mundo está cheio de perturbadores da paz, que nada fazem para merecê-la. Seja nas atrocidades da Segunda Guerra e tantas outras que perduram até nossos dias, o inferno é o lugar onde poderão derramar sangue a vontade. Paz na Terra e alegria de viver aos homens de boa vontade. Os homens colhem o que semeiam. Descoberto em 1500, o Brasil acabou se tornando um país que ficou muito distante do que deveria ser com beleza, paz, progresso e felicidade.
Muito tempo foi desperdiçado com ninharias. Só a força da Luz da Verdade pode insuflar a verdadeira vida.
(*) – Graduado pela FEA/USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites (www.vidaeaprendizado.com.br) e (www.library.com.br). E-mail: ([email protected]).