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Inteligência artificial x advocacia: como se adaptar a essa realidade

em Opinião
quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Rodrigo Bertozzi (*)

Não tem mais retorno: a inteligência artificial já chegou ao mundo empresarial e social. E ao da advocacia também!

Por isso, os advogados têm que se adaptar à essa nova realidade. Para tanto, é necessário mudar o mapa mental do curto prazo com que costumamos nos orientar. Na prática, nossos clientes já estão há tempos lutando para compreender e dominar a tecnologia de cognição em suas operações. E assim, num piscar de olhos, a sociedade está se transformando rapidamente.

Não apenas as práticas empresariais, mas a forma como os consumidores adquirem seus serviços mudou muito. O futuro já chegou, mas muitos de nós acreditávamos que essas transformações levariam anos para chegar ao Direito – e ainda mais ao Brasil. Deste modo, temos a obrigação de racionalizar dois sistemas distintos. O primeiro são as oportunidades que nascem da adoção das tecnologias de cognição nas mais diversas esferas de negócios e de como isso atinge as pessoas.

O olhar de curto prazo sugere reunir os advogados do escritório e definir uma nova maneira de analisar o impacto econômico do que está a ocorrer: no tributário, nas relações de consumo, nas fusões e aquisições, enfim, faça a diferença, crie novas abordagens junto aos clientes e construa o espaço para a sua carreira individual ou na advocacia.

A segunda consideração é a mais crucial; até mesmo imediatista. Já ouvi muitos dizerem coisas como “acabou a advocacia; viveremos a era do advogado robô!”. Calma! A inteligência artificial não substituirá o advogado, mas estará ao seu lado para ampliar de maneira incrível as habilidades de pesquisa, escrita e modelos mentais comparativos – redefinindo os conceitos de produtividade a índices de ficção cientifica, criando teias de novas ideias nas mais diversas áreas do Direito moderno.

Essa segunda análise é cheia de nuances. Sim, a tecnologia de cognição irá tirar emprego e função dos profissionais que não atuam em nichos específicos, como advocacia de volume. Jamais vai tirar de todos, mas daqueles menos preparados, infelizmente. Advogados que não têm contato com o cliente (empresarial ou pessoa física) podem deixar de ser estratégicos.
Por isso, fiquem alertas! Ai daqueles que nunca se preocuparam em buscar diferenciais na carreira.

Que julgam que não é necessário esforço para escrever e dar palestras; ou que não têm tempo para isso – afinal, são coisas de professor… Para estes, a tempestade já começou. Não apenas por conta da inteligência artificial, mas pelo contexto de excesso de profissionais no mercado brasileiro – disparado o maior do mundo. Trabalhos repetitivos, tarefas intermediárias ou simples vão desaparecer em um piscar de olhos!

A inteligência de cada pessoa é única, mas não é por isso que pode se dar ao luxo de ignorar o avanço impressionante da tecnologia de cognição no mundo jurídico. Todos os que apostaram contra as revoluções tecnológicas perderam. Deve-se utilizar a tecnologia de cognição para ampliar os horizontes e ter sucesso no mais intrigante desafio dos novos tempos.

Procure se orientar com os melhores profissionais. Desse modo, a inteligência artificial poderá ajudar seu escritório a economizar e também a ganhar fortunas – com menos estrutura e mais inteligência de mercado jurídico, social e econômico. Um novo modo de atender clientes, de realizar pesquisas de um jeito nunca antes imaginado, de apoiar a construção de teses jamais cogitadas, de economizar milhares de horas.

Insisto: o futuro chegou. Então, mexa-se!

(*) – É sócio da Selem Bertozzi Consultoria, especialista em negócios jurídicos e tecnologia de cognição. Autor de 19 obras, entre elas: A Nova Reinvenção da Advocacia; Marketing Jurídico Essencial; e Advocacia – As Leis do Atendimento ao Cliente (www.estrategianaadvocacia.com.br).