Bruno Rezende (*)
A inteligência artificial (IA) é a nova revolução da era da tecnologia.
Provocou mudanças na sociedade que incluem desde as pesquisas do dia a dia no Google, passando pela comunicação com chatbots, até a transformação das relações de trabalho e do próprio universo corporativo.
De acordo com dados da Statista, o número de contratações no Brasil em 2020 para cargos relacionados à IA foi 3,4 vezes maior em comparação a 2016. Na indústria, essa relação pode ser ainda mais complexa, trazendo benefícios para todo o ecossistema de produção. Boa parte dos processos industriais ainda demanda intervenção humana e a inteligência artificial no setor é algo que já vem revolucionando essa lógica.
O objetivo da IA na área é ajudar na tomada de decisões e automatizar os processos, tornando a operação mais veloz e eficaz, o que impacta diretamente a ponta da entrega. Esse conceito é o que viabiliza a chamada indústria 4.0, também conhecida como Quarta Revolução Industrial.
O modelo engloba a utilização em conjunto de diferentes tipos de tecnologias, como a computação em nuvem e a robótica, mesclando suas funcionalidades com o intuito de aumentar a capacidade industrial. A IA ainda vai além: por meio dessa inovação, é possível desenvolver mecanismos capazes de raciocinar e agir como pessoas.
Com essas plataformas, torna-se viável contar com máquinas inteligentes e equipamentos que possuem recursos próprios para “conversar” com outros sistemas da companhia. Desse modo, o segmento pode desenvolver práticas fabris mais eficientes.
Trata-se de um método que objetiva melhorar os resultados econômicos e produtivos da indústria. Além disso, com menos intervenção humana, os erros são amenizados, os colaboradores têm mais segurança no dia a dia de trabalho, mais tempo para focar em atividades estratégicas e ferramentas para crescer.
Hoje, existem empresas especializadas em criar projetos de IA para o setor industrial, sobretudo com foco em gestão e previsão de demanda. São soluções com algoritmos que ajudam a calcular situações precisas e a entender os condicionantes de mercado, permitindo tomar melhores decisões, além de prever riscos com maior precisão.
A partir do entendimento da dinâmica de demanda de produtos pelo mercado por meio do uso da inteligência artificial, o gestor de planejamento estratégico consegue:
• Estimar o volume a ser vendido no próximo mês ou ano.
• Fazer previsão de vendas por categorias.
• Fazer previsão de venda por canal, seja ele online ou offline.
• Garantir que a indústria tenha capacidade suficiente para atender à demanda esperada.
• Evitar problemas como excesso de estoque ou escassez de produtos.
• Criar cenários alternativos para antecipar riscos e oportunidades para o negócio.
Sendo assim, a companhia consegue tomar decisões estratégicas baseando-se em:
• Insights sobre o desempenho passado do produto.
• Tendências de mercado.
• Sazonalidade.
• Comportamento do consumido.
• Dados econômicos e climáticos.
A utilização da IA na indústria veio para ficar e, se aliada à inteligência humana, pode se tornar um diferencial competitivo de peso.
Em um segmento forte, responsável por cerca de 20% do PIB nacional, o que representa aproximadamente R$ 1,5 trilhão, a digitalização atrelada à valorização dos colaboradores pode ser crucial, tanto para os negócios como para a economia do país. Na indústria 4.0, a inteligência artificial é parceira da equipe e tem a missão de otimizar o trabalho, trazendo mais eficiência e velocidade para pessoas e empresas.
(*) É CEO da 4intelligence.