Rafael Oneda (*)
O mundo do trabalho está em plena transformação.
O que começou com a digitalização de ferramentas e processos evoluiu para uma era onde a tecnologia se funde com o negócio de maneira irreversível. Empresas como a Amazon, que recentemente ordenou o retorno dos seus colaboradores ao escritório, refletem o dilema vivido por muitas organizações: qual é o melhor modelo de trabalho para o futuro? Home office, presencial ou híbrido?
Muitas organizações, como a própria Amazon, enfrentam o desafio de definir o modelo ideal de trabalho. Na última semana, a gigante da tecnologia determinou o retorno ao trabalho in loco. O retorno ao presencial é visto por algumas empresas como essencial para a colaboração, inovação e para manter a cultura organizacional. Por outro lado, o home office provou ser eficiente em muitos casos, oferecendo maior flexibilidade e autonomia aos profissionais.
A tecnologia como protagonista
No centro dessa discussão está o papel da tecnologia. Inicialmente, ela foi vista como uma ferramenta que facilitava o trabalho. Agora, ela é o próprio trabalho. Essas inovações exigem uma nova mentalidade organizacional, onde a ambidestra – a capacidade de trabalhar em dois mundos diferentes ao mesmo tempo – se torna fundamental.
E quanto maior será este perímetro de ação, maior a necessidade de se olhar para a performance e segurança deste ambiente expandido. Hoje, a tecnologia se consolidou dentro da espinha dorsal desta “releitura” no mundo corporativo. Com a aceleração dos projetos de cloud, TI híbrida e virtualização, a pandemia levou as empresas a anteciparem uma tendência focada em metodologias que priorizam a qualidade de vida dos colaboradores de maneira segura.
No entanto, a sociedade percebeu que a tecnologia não é apenas uma ferramenta de apoio, mas algo essencial que se funde ao cerne das operações de qualquer negócio. Estamos diante de uma mudança social profunda, e o trabalho, como uma das grandes vertentes dessa transformação, também passou por uma reconfiguração. Empresas e profissionais tiveram que se adaptar rapidamente às inovações tecnológicas para não serem abandonados.
No entanto, o modelo híbrido, que mescla o melhor dos dois mundos, ainda não se consolidou como a solução definitiva. A coexistência de cinco gerações diferentes no mercado de trabalho, cada uma com sua própria visão sobre o futuro, torna essa questão ainda mais complexa. O que funciona para uma geração, pode não ser o ideal para outra, e as empresas terão que lidar com essa diversidade de expectativas e necessidades.
O que está claro é que a discussão sobre home office, presencial ou híbrido não será resolvida com uma simples decisão. Ela exige uma análise profunda sobre o papel da tecnologia, a diversidade geracional e, principalmente, a ética que vai guiar as decisões nesse novo mundo do trabalho.
(*) Diretor de Tecnologia da Approach Tech