Sylvio Mode (*)
Realidade virtual deixou de ser considerada uma ferramenta apenas para entretenimento e jogos.
Nos últimos tempos ganhou espaço e presença na indústria e hoje em dia é realmente um recurso diferencial e de grande relevância para empresas dos mais diferentes segmentos. É com certeza uma tecnologia que veio para ficar. Muitos ainda consideram esses projetos complexos e fora de alcance, mas não existem mais grandes limitações de dinheiro ou recursos para o desenvolvimento dessas aplicações.
Há um enorme potencial global para este mercado, que deverá gerar 150 bilhões de dólares até 2020, de acordo com a consultoria DigiCapital. A expectativa é que toda a indústria de realidade virtual movimente US$ 5,2 bilhões ainda nesse ano e US$ 45 bilhões até 2025. Atualmente já é possível encontrar também milhares de startups no mundo focadas em produção e conteúdos de realidade virtual e aumentada. Agora é a parte que você me pergunta: mas como tudo isso pode fazer sentido no meu negócio?
É uma grande vantagem as empresas proporcionarem experiências mais próximas e reais aos consumidores para que eles consigam testar produtos sem sair do lugar. A grande maioria das pessoas ainda relaciona VR à arquitetura. Essa foi a primeira área que realmente viu valor de fato em sua aplicação. Por meio da solução é possível visitar e conhecer a planta de novos apartamentos como se tudo já estivesse pronto. Você caminha pelos cômodos e pode desvendar cada detalhe da decoração e instalações. Um grande diferencial para o setor. Mas diversas outras possibilidades já existem.
Na engenharia, por exemplo, é possível antes mesmo de uma obra ser iniciada fazer uma vistoria sobre detalhes da fundação e estrutura sem ainda ter assentado um tijolo. Isso gera economia de tempo, material, e antecipa problemas não previstos que de outra forma seriam custos não previstos na obra. Nesse sentido, software são essenciais e os responsáveis pelo sucesso ou fracasso das experiências.
O alto poder computacional é fundamental para a realidade virtual, não só para renderização do conteúdo, como também para eliminar a possibilidade de desconforto e enjoo que algumas pessoas podem sentir ao usar os óculos. Por isso a importância de investir em soluções com boa performance e desempenho.
O varejo é outro segmento que está investindo em soluções que criam maior percepção e integração com os usuários. Já é possível encontrar produtos à venda onde os consumidores conseguem, por meio da realidade virtual, manusear os objetos e prestar a atenção em todos os detalhes antes de decidir pela compra. Saúde, educação, bancos, indústria automotiva e moda são outros setores seguem nesse caminho para a implementação de soluções baseadas em VR.
E por falar em saúde, a realidade virtual já está transformando também a experiência da vacinação infantil, por exemplo. Com a tecnologia, as crianças utilizam os óculos ao chegarem na clínica e são transportadas para um ambiente lúdico enquanto a enfermeira prepara a vacina. Pelas lentes, as crianças não enxergam nenhuma agulha ou seringa, apenas imagens de herois.
A aplicação acontece no exato momento em que ela enxerga o personagem colocando os “superpoderes” em seu braço. A maioria se diverte com a experiência e encara o tão famoso medo da agulha de forma tranquila. Esse é mais um exemplo de como podemos também utilizar a tecnologia para a humanização do negócio.
(*) – É Presidente da Autodesk no Brasil.